Continua após publicidade

Lesões no beach tennis: estudo aponta principais riscos ortopédicos

Pesquisa levantou as ocorrências mais comuns em quase metade dos praticantes da modalidade esportiva

Por Ana Paula Ferreira
12 jul 2024, 16h00

O beach tennis se tornou uma modalidade queridinha Brasil afora nos últimos anos – e não à toa. Afinal, nada melhor do que poder praticar uma atividade física com os pés na areia mesmo com a praia estando há quilômetros de distância de você. No entanto, apesar de ser uma prática benéfica para a saúde, é sempre importante se atentar às possíveis lesões no beach tennis.

Como qualquer exercício físico, as lesões por esforço fazem parte do cotidiano dos praticantes e, diante da popularidade alcançada, a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) investigou o cenário do esporte.

Estudo sobre lesões no beach tennis

De acordo com o estudo publicado neste mês, quase metade dos adeptos da modalidade sofrem com problemas ortopédicos. Segundo o presidente da SBCM e um dos autores do estudo, Antonio Carlos da Costa, até então, havia apenas um artigo científico realizado na França sobre as lesões ortopédicas na prática do beach tennis.

“Existem diversos estudos sobre as lesões nos praticantes de tênis de campo. No entanto, esses dados não podem ser transpostos para o beach tennis, pois os esportes de quadra e de areia diferem na sua superfície, como também na raquete e na cinemática do esporte”, explica Costa.

Continua após a publicidade

Foi realizado um estudo transversal, com aplicação de questionário presencial, respondido por 160 praticantes regulares de beach tennis por pelo menos seis meses, com idade acima de 18 anos. A avaliação ocorreu durante torneios e treinos em clubes das cidades de São Paulo e São Caetano do Sul, entre setembro de 2021 e janeiro de 2022.

O resultado foi a presença de lesões ortopédicas relatada por 48,8% dos participantes, sendo a maior prevalência encontrada nos membros inferiores (30%), 25% nos membros superiores e 11,3% na coluna.

“Nos membros superiores, as maiores prevalências de lesões foram as tendinopatias (47,5%). Alguns tipos que podem ocorrer, por exemplo, são a tendinite de De Quervain, inflamação dos tendões na base do polegar, causada por movimentos repetitivos de rotação e preensão da raquete; e a tenossinovite, inflamação da bainha dos tendões, que pode ocorrer em várias áreas das mãos e punhos devido aos movimentos vigorosos de agarrar e manipular a raquete”, explica o presidente da SBCM.

Continua após a publicidade

O estudo constatou, ainda, que o maior número de jogadores com lesões ortopédicas foi encontrado nos praticantes entre 13 e 36 meses (33,8%) e houve maior incidência de lesão em indivíduos que treinavam mais horas por semana.

Como prevenir lesões na modalidade?

Diante do cenário apresentado pela pesquisa, Antonio Carlos da Costa listou algumas ações que podem ajudar na prevenção de lesões durante a prática do beach tennis.

“Incorpore exercícios de fortalecimento e alongamento específicos para os músculos e tendões envolvidos no beach tennis, para aumentar a resistência e flexibilidade. Além disso, foque em uma técnica correta ao bater na bola e ao realizar movimentos de arremesso, minimizando o impacto nos tendões”, ele orienta. “E uma outra questão, não menos importante: Alterne períodos de jogo com períodos de descanso adequado para permitir a recuperação dos tendões e músculos”, conclui.

Publicidade
Publicidade