Um estudo lançado recentemente levantou duas informações importantes sobre as tendências de atividades físicas no Brasil: a primeira é que pessoas entre 16 e 29 anos se destacam entre quem busca um novo esporte para chamar de seu, sendo a natação e o pilates os mais desejados pelos próximos 12 meses. Já a segunda é a respeito dos vídeos de treino no YouTube serem grandes aliados de quem têm o hábito de se exercitar em casa.
Esses são alguns dos dados presentes na pesquisa “Futuro do Esporte e da Atividade Física: onde estamos e para onde vamos” divulgada hoje pela Futuros Possíveis, plataforma de inteligência e diálogos sobre o futuro, em parceria com a Opinion Box, empresa de pesquisa de mercado, e com a Afro Esporte, hub de soluções para pessoas negras no esporte.
“A pesquisa traz uma investigação pioneira sobre os hábitos de prática esportiva dos brasileiros e suas intenções futuras de consumo, e apresenta insights inéditos sobre as dinâmicas da população negra no universo esportivo”, diz Angelica Mari, CEO e cofundadora da Futuros Possíveis.
O estudo, que consultou 1.581 homens e mulheres a partir de 16 anos de todo o Brasil e de todas as classes sociais, teve como objetivo entender os hábitos presentes nas vidas de brasileiros praticantes de esportes e atividades físicas e suas intenções para o futuro no consumo de produtos e serviços esportivos. A coleta foi feita na primeira semana de abril de 2023 exclusivamente junto a quem tem acesso à internet e disse praticar esportes atualmente. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais.
Abaixo, você confere cinco destaques do experimento, incluindo os dados sobre os vídeos de treino no YouTube!
179% dos entrevistados gostariam de praticar um novo esporte
A maioria dos interessados em praticar um novo esporte é jovem, com idades entre 16 e 29 anos, pertencente às classes CDE, e formada principalmente por pessoas pardas e pretas (82% vs 76% de pessoas brancas). Entre os novos esportes que mais interessam os entrevistados pelos próximos doze meses aparecem natação (33%), pilates (23%), ciclismo (19%) e caminhada (19%).
Os brasileiros que incluem o esporte e a atividade física em sua rotina o fazem com frequência majoritária de três vezes por semana, tanto para quem pratica esportes em geral (29%) quanto para quem frequenta academia (28%), sendo que as mulheres se destacam em ambos os cenários.
272% dos desportistas buscam bem-estar físico e emocional
O brasileiro praticante de esportes valoriza sobretudo conquistar saúde, bem-estar mental e emocional (72%), sendo que as mulheres perseguem esse objetivo mais que os homens (77% vs 66%). A segunda motivação é para estar fisicamente saudável (60%), por motivos estéticos (25%), seguida de razões por diversão ou hobby (17%) e para socializar (11%), com predominância masculina.
No que diz respeito à idade, a pesquisa indica que o público entre 16 e 29 anos é mais motivado por questões estéticas (40% vs 11% pessoas acima de 50 anos). As pessoas com mais de 50 anos listam como preferência a prática esportiva com o objetivo de estar fisicamente saudável (63%).
3O interesse pelos vídeos de treinos no YouTube ou apps no próximo ano
Quando feito dentro de casa (27%), o esporte ganha um empurrãozinho dos vídeos de treino no YouTube (59%) ou é auxiliado por treinos próprios (39%) ou por apps ou serviços pagos de práticas esportivas (30%).
32% dos respondentes de todas as raças dizem que pretendem usar, pelos próximos 12 meses, aulas gratuitas no Youtube. Os aplicativos de prática esportiva também estão no radar de 22% dos entrevistados. E 19% afirmaram que irão buscar orientação remota de um personal trainer.
Pretos e pardos evitam roupas coloridas na academia
Metade dos brasileiros que disseram praticar esportes atualmente, independentemente da raça, o faz na academia (50%). Em segundo lugar, aparecem os espaços abertos (37%), como parques e praias. Por fim, os respondentes apontaram a própria residência (27%).
O estudo mostra que, entre as pessoas que disseram evitar usar roupas coloridas ou estampadas na academia, pessoas pretas ou pardas lideram (17% vs 13% brancos). Questionadas se já sofreram racismo neste local ou em ambientes esportivos, 17% das pessoas pretas e pardas discordaram totalmente.
Dentre os que se sentem mais motivados ao ver pessoas negras no local esportivo, como instrutores e personal trainers, as pessoas pretas e pardas lideram, com 28%, sendo que brancos são 17%. Mais de um terço das pessoas consultadas (35%) discordam se sentirem hostilizadas ou maltratadas na academia, sendo que neste grupo, mulheres lideram (37% vs 33% homens).
5No futuro, orçamento para itens esportivos deve ficar entre 101 e 500 reais por mês
50% dos respondentes afirmam que têm um orçamento entre 101 e 500 reais mensais para gastar com os itens de esporte no próximo ano; 20% pretendem aportar menos de 100 para a mesma finalidade (predominância de pessoas pretas); 14% alegaram ter entre 501 e mil reais para as compras; e 11% mais de mil (predominância de pessoas brancas).
Qualidade e marca vêm antes do preço; Nike e Adidas são as marcas preferidas dos desportistas. Quando o assunto é consumo de produtos esportivos, a qualidade e a marca dos itens influenciam mais do que o preço na hora das compras. 74% dos respondentes dizem que a qualidade importa mais, depois vem a questão da marca preferida ou de confiança (39%) e, por fim, o valor da peça (34%).
Perguntados sobre as marcas esportivas que costumam investir, os respondentes afirmaram Nike (55%), Adidas (50%), Olympikus (34%), Asics (24%) e Mizuno (23%).
Dentre os itens mais citados para a intenção de compra nos próximos 12 meses, aparecem shorts ou bermudas (34%), camisa ou camiseta de dry fit (33%) e tênis de corrida (29%). 71% dos brasileiros buscam comunidades para a prática de esportes coletivos
A pesquisa revela que 71% dos respondentes gostariam de encontrar uma comunidade para a prática de esportes coletivos no próximo ano, como corrida, vôlei ou basquete. Neste quesito, destacam-se as regiões Norte e Nordeste (75%). Na atualidade, 35% das pessoas dizem participar de eventos esportivos, com predominância masculina.