Avanços tecnológicos crescem no mesmo nível em que impactam e facilitam nossas vidas. Eles mudaram a maneira como nos comunicamos, procuramos informações, ouvimos música, pedimos comida e fazemos compras. Por isso, não é surpresa quando vemos que a tecnologia também vem afetando a indústria fitness e de bem-estar.
Isso vem se tornando ainda mais evidente em uma época em que a academia virou nossa própria casa (como consequência das medidas de isolamento para conter o coronavírus) e contamos com aulas virtuais e aplicativos para nos manter motivados, tendência que já vinha sendo observada até mesmo antes da pandemia.
“O crescimento do fitness digital contribuiu para superar algumas barreiras que as pessoas tinham para iniciar a prática de exercício físico como falta de tempo, falta de dinheiro e constrangimento de se exercitar diante de pessoas mais experientes”, comenta Bruno Franco, CEO e Cofundador do BTFIT, aplicativo parceiro do Gympass no Brasil.
De fato, utilizar a tecnologia para nos manter ativos, com aulas online ou mesmo com aplicativos que nos ajudam a monitorar nossa saúde, afetou permanentemente a maneira como nos exercitamos. Mas os avanços para nos ajudar nessa jornada não param por aí e incluem até mesmo testes de DNA para determinar a modalidade que mais nos é indicada.
UMA QUESTÃO DE GENÉTICA: TESTES DE DNA
Existem exames que mapeiam nosso genoma e conseguem determinar nossa ancestralidade e até mesmo nossa propensão genética a determinadas doenças, incluindo alguns tipos de câncer. Logo, não é de se espantar que a tecnologia consiga mostrar também qual seria sua melhor habilidade esportiva. Testes genéticos (como o BioSport ou o Personna Fitness) conseguem avaliar seu desempenho físico de acordo com seu DNA, permitindo direcionar seus treinos para fórmulas que sejam mais eficazes para você.
Mais que determinar sua tendência na composição gordura X massa magra (analisando o gene FTO), os testes genéticos são responsáveis pela análise de composições no organismos que conseguem até mesmo determinar qual a modalidade mais indicada para cada pessoa, como explica o endocrinologista especialista em medicina esportiva Guilherme Renke, da Clínica Nutrindo Ideais, em São Paulo.
O teste de DNA te permite saber a modalidade que te beneficiaria mais e até quanto tempo de intervalo você precisa entre treinos
Uma pessoa com o gene ACTN3, por exemplo, que determina a predominância de fibras de contração rápida no seu corpo, se beneficiaria de treinos intensos de força, crossfit e HIIT. “Neste caso, você tem mais capacidade explosiva e menos resistência. Seria difícil (mas não impossível) ter alta performance em maratonas e provas de ciclismo”, diz Guilherme. Por outro lado, um nível de gene MCT1 elevado mostra que aumentar o intervalo entre os treinos para que os músculos se recuperassem melhor é mais eficiente.
Usando a tecnologia para ter esses dados em mãos, você consegue direcionar seus hábitos para atingir seu objetivo de maneira muito mais eficaz.
AJUDA EXTRA: TREINO DE ELETROESTIMULAÇÃO
Uma outra forma em que a tecnologia tem ajudado o mundo fitness é criando aparelhos que intensificam os treinos. É o caso da eletroestimulação (EMS). Em uma pesquisa de tendência fitness publicada pelo American College of Sports Medicine, a prática de EMS aparece em segundo lugar para 2021 (ficando atrás apenas da tendência de treinos online).
Com a tecnologia EMS, 20 minutos de treino equivalem a 2 horas sem ela
Trate-se de uma “roupa” de ativação muscular que recria o movimento natural do sistema nervoso por meio de estímulos elétricos. O colete que você veste enquanto faz seu treino, envia pequenos “choques” que contraem os músculos involuntariamente. Com isso, um treino de 20 minutos chega a trabalhar 300 músculos ao mesmo tempo e equivale a 2 horas de atividade física.
“A EMS é um treino curto e com trabalho individualizado, como a maioria das pessoas tem procurado no momento, devido à pandemia e falta de tempo”, explica Márcio Lui, embaixador da Miha, marca de aparelhos de eletroestimulação.
A tecnologia foi desenvolvida em 2007, na Alemanha, e hoje está presente em 55 países. No Brasil, chegou em 2016.
TECNOLOGIA “VESTÍVEL”: SMARTWATCHES E MONITORADORES
“A tecnologia vestível inclui dispositivos como rastreadores de condicionamento físico, relógios inteligentes, monitores de frequência cardíaca e dispositivos de rastreamento GPS, que podem contar passos e monitorar a frequência cardíaca, temperatura corporal, calorias, tempo sentado e tempo de sono”, pontua Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech Company.
Qualidade do sono, frequência cardíaca e quantidade de passos no dia são alguns dos dados entregues por um smartwatch
Mesmo antes das academias começarem a fechar por conta dos decretos de isolamento social, dispositivos como o Apple Watch e o Fitbit já eram incrivelmente populares. Agora, após o forte aumento no condicionamento físico doméstico, a tecnologia vestível está passando por um grande boom. Em 2020, o Apple Watch teve um aumento de 20% nas vendas em relação aos números de 2019, e prevê-se que as altas taxas de doenças crônicas e o maior acesso à tecnologia vestível impulsionem a demanda da indústria desse segmento.
Esse tipo de aparelho permite que você monitore o seu desempenho e também sua evolução durante os treinos, permitindo um controle maior sobre sua saúde mas também a manutenção da motivação, já que nem sempre os resultados aparecem na balança ou no espelho mas podem aparecer no seu relógio, mostrando que você está conseguindo correr mais rápido, por exemplo, a cada dia.
Não deixe de conferir, ao final dessa matéria, uma vitrine com produtos tecnológicos selecionados por Boa Forma para te ajudar na sua jornada fitness.
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O DIGITAL VEIO PRA FICAR: AULAS ONLINE
Desde o início da pandemia, muitas marcas do segmento fitness começaram a adotar uma abordagem mais híbrida, dando aos seus consumidores acesso a sessões online com personal trainers, aulas ao vivo e centenas de conteúdo on-demand.
A tendência já era prevista pelo American College of Sports Medicine e essas “atualizações digitais” da maneira como nos exercitamos devem ajudar a impulsionar o crescimento do mercado fitness digital em 30% a cada ano, atingindo o valor de 30 bilhões de dólares em 2026, segundo previsão da Global Market Insights.
A busca pelo termo “home workout” (treino em casa, em tradução livre) aumentou 515% em março de 2020
Uma pesquisa americana do YouTube também revelou que, em 2020, 72% das pessoas nos Estados Unidos usaram a plataforma para se exercitar. Somente em março do ano passado, início da pandemia por lá e por aqui, a busca pelo termo “home workout” (treino em casa, em tradução livre) aumentou 515%. Mas é preciso tomar cuidado com treinos feitos por profissionais não-capacitados.
Gympass e ClassPass são duas plataformas que permitem experimentar diferentes aulas com uma só mensalidade (o primeiro voltado para benefício coorporativo e o segundo para consumidor direto) e já disponibilizam diversas aulas online, para você fazer em casa, com profissionais qualificados para montar treinos. Além disso, algumas academias como a Bio Ritmo ou a Bodytech já lançaram seus próprios aplicativos com aulas online.
CONCLUSÃO
A tecnologia nos permite, hoje, treinarmos de maneira eficaz no conforto de nosso lar, com aparelhos para monitorar nosso avanço, “roupas” para potencializar os resultados (já que a EMS pode ser feita também em casa) e ainda com um relatório completo de que tipos de treino fazer para obtermos melhores resultados baseados em nosso DNA.
Diferentemente do previsto por Stanley Kubrick em 2021: Uma Odisseia no Espaço, a tecnologia ainda não nos permitiu chegar a Júpiter, mas proporciona os meios para que, na Terra, nós consigamos atingir – ao menos no quesito fitness – nossa melhor versão.
VITRINE TECNOLÓGICA
Confira alguns aparelhos para ajudar nos seus treinos
M430, POLAR
Smartwatch com GPS e medidor de frequência cardíaca.
HOVR MACHINE, UNDER ARMOUR
O tênis calcula o quanto você correu com um chip incorporado em seu interior.
BALANÇA SMART SCALE, XIAOMI
Esta balança inteligente diz seu peso, altura, IMC, taxa de gordura, massa magra e água no corpo.
CORDA DIGITAL, MUVIN
A corda conta a quantidade de pulos que você dá a cada treino.
Esse especial faz parte da edição de maio de 2021 de Boa Forma,
que traz a Monja Coen em sua capa.
Clique aqui para conferir os outros especiais.
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