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Estudo relaciona frequência média de treinos com melhor bem-estar mental

Segundo a pesquisa, quem se exercita de 3 a 4 vezes por semana com intensidade moderada apresenta melhor quadro emocional

Por Ana Paula Ferreira
24 abr 2024, 10h00

Não é novidade alguma que se exercitar fortalece os músculos e ossos, melhora a qualidade do sono, a capacidade respiratória e reduz a ansiedade. O que poucos sabem é que quem treina mais vezes por semana não necessariamente tem mais bem-estar mental, apesar do melhor bem-estar físico.

Foi o que comprovou uma pesquisa do curso de Educação Física do Centro Universitário de Brasília (CEUB), ao analisar os impactos da intensidade, frequência e volume dos exercícios na saúde física e mental.

Relação entre frequência de treinos e bem-estar mental

O estudo concluiu que a prática de exercício físico é um instrumento de melhoria da saúde mental, sendo a frequência moderada (de 3 a 4 vezes na semana) a mais interessante para a mente do indivíduo. Quando se avalia apenas o bem-estar físico, a frequência de 5 vezes gerou melhores resultados. Os 141 participantes voluntários, com idade entre 18 e 65 anos, foram entrevistados sobre estado geral da saúde, limitações físicas, qualidade de vida e o estado de estresse.

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De acordo com Isabel Miranda, estudante do 6º semestre de Educação Física do CEUB e autora da pesquisa, os aspectos físicos e mentais foram avaliados de forma separada, considerando que cada indivíduo possuiu seus próprios parâmetros de avaliação. Para além da análise sobre a capacidade física, limitação e dor, no quesito mental, foram considerados fatores emocionais, níveis de estresse e até ideação suicida.

“Avaliamos os dois cenários com parâmetros diferentes. Ainda assim, o bem-estar físico, do ponto de vista fisiológico, gera adaptações saudáveis para o bem-estar emocional. Ainda que haja essa relação, cada um tem suas especificidades”, ela explica, acrescentando: “Por isso, não necessariamente quem treina mais vezes na semana tem melhor bem-estar emocional, apesar de ter o melhor bem-estar físico”.

Vale lembrar que o Ministério da Saúde recomenda a prática de atividades físicas por, pelo menos, 150 minutos por semana.

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Equilíbrio até nas atividades físicas

A pesquisa do CEUB reforça que o equilíbrio é o ideal, uma vez que nem sempre a maior frequência, intensidade e volume de exercício são mais benéficos para a saúde mental. Os resultados mostram que “o equilíbrio, até quando se trata de exercício físico, é importante”. Ao comparar quem pratica exercícios todos os dias, quem está sedentário (13 participantes) e aqueles que mantêm a frequência de 3 a 4 vezes, o primeiro grupo apresentou um pior estado de saúde mental.

“Podemos relacionar esse resultado a um possível exagero ou vício em praticar exercício físico de 5 a 7 dias por semana, sem permitir descanso ou momentos de lazer. Atletas de alto rendimento que praticam exercícios todos os dias, sem descanso, relataram algum problema de saúde mental, devido ao excesso da prática e das cobranças envolvidas, como a síndrome de burnout”, adverte Isabel. Ela indica aprofundar a pesquisa, distinguindo e comparando as modalidades praticadas quanto ao efeito na saúde física e mental.

A coordenadora do curso de Educação Física do CEUB, Renata Elias Dantas, ainda ressalta a característica multidisciplinar da pesquisa e enfatiza ser gratificante ver alunos interessados pela área de melhora da qualidade de vida das pessoas. “Temos essa preocupação de mostrar para os alunos as diversas possibilidades de atuação, como saúde, esporte, qualidade de vida ou melhora de comorbidades”, completa.

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