Continua após publicidade

Segunda melhor jogadora de polo aquático do mundo, brasileira participa da sua primeira Olimpíada

Como Izabella Chiappini modificou os hábitos alimentares, a rotina de exercícios e tornou-se uma invencível atacante

Por Aline Takashima (colaboradora)
Atualizado em 26 abr 2024, 13h44 - Publicado em 11 ago 2016, 17h38
Adam Pretty / Equipa / Getty Images
Adam Pretty / Equipa / Getty Images (/)
Continua após publicidade

Quem olha para a garota loira de poucas palavras e jeito reservado não imagina o que ela já conquistou com apenas 20 anos. Izabella Chiappini foi eleita a 2ª melhor jogadora de polo aquático do mundo, pelo principal site especializado no esporte, o Water Polo World. O título reforça a importância da família na carreira da atleta. Ela é filha do auxiliar técnico da seleção feminina, Roberto Chiappini, e da ex-jogadora da seleção brasileira, Raquel Chiappini. Quando criança, acompanhava os treinos dos pais. “Viajava com eles para todos os campeonatos e vivia na borda da piscina”, conta. A vaga na seleção brasileira adulta foi conquistada aos 15 anos.

 

 

Izabella subiu ao pódio ainda com esta idade, quando o time alcançou o terceiro lugar nos jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011. Trajetória similar da sua mãe, Raquel Chiappini, que também foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em 1999. Foi a primeira vez que o time feminino participava dos Jogos. Este ano também é histórico para a modalidade: é a primeira Olimpíada da seleção brasileira de polo aquático feminino.

“No começo, eu tinha dificuldade em jogar na defesa. Como a minha mãe era defensora, me dava muitas dicas”, conta a segunda melhor do mundo, que tem Raquel como principal inspiração na carreira. Enquanto os pais são jogadores de centro, Izabella é atacante. Consegue a façanha de dar impulso e permanecer com o tronco fora d’água enquanto joga a bola na direção do gol, em um movimento quase sempre certeiro. A atleta fez 22 gols no Jogos Pan-Americanos em Toronto, no ano passado. A técnica é consequência de muito treino e também dos outros esportes que praticou quando criança: judô, vôlei, handebol e, claro, natação. Aos 11 anos, assistiu a um campeonato júnior de polo aquático feminino e decidiu se dedicar ao esporte.

Continua após a publicidade

Veja também: Rafaela Silva, medalhista olímpica, sonha em levar o judô para a periferia

Como o corpo magro de menina atrapalhava o desempenho da atleta, Izabella contou com uma nutricionista para melhorar a alimentação e ganhar massa muscular. “Era criança e tinha muitas frescuras para comer”, lembra. Mas ela sabia que a mudança de hábitos na mesa era importante para a carreira, mesmo tendo uma dieta baseada em arroz, feijão, bife e batata-frita. Em poucos meses, Izabella alcançou o peso ideal. Com a rotina de jogadora, a adolescente deixou de frequentar festas e sair com os amigos. Mas diz não se importar. “Sempre fui caseira. Na verdade, os treinos são uma boa desculpa, porque não gosto muito de sair”, fala rindo.

E mais: Tudo sobre Olimpíada 2016

Com a proximidade das Olimpíadas, os exercícios se intensificam. O time do Esporte Clube Pinheiros treina duas vezes por dia. De manhã, as garotas praticam natação. À tarde é a vez da musculação e, em seguida, o jogo de polo aquático. Apesar do título importante, Izabella conta que pouca coisa mudou. “Eu não penso nisso e foco nos campeonatos.” Como uma garota de 20 anos lida com a pressão? “Tenho a ajuda de uma psicóloga e o apoio dos meus pais. Escuto música e procuro relaxar.” Até agora, a fórmula deu certo. 

 

 

 

 

Publicidade