É fato que as atividades físicas são benéficas para a saúde como um todo. Contudo, pessoas com doenças cardiovasculares precisam ter uma atenção extra. Diante disso, levantamos a seguinte questão: quem tem arritmia cardíaca pode treinar?
De acordo com Luan Vieira Rodrigues, cardiologista, eletrofisiologista e Membro da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), ao contrário do que muita gente pensa, o termo “arritmia” não se refere a uma doença específica, mas envolve um grupo muito variado de doenças.
“Existem arritmias benignas, que não geram nenhuma consequência para o indivíduo, assim como existem também arritmias graves ameaçadoras à vida e que necessitam de tratamento imediato”, ele explica.
E continua: “Existem, ainda, algumas doenças cardíacas raras, em que o exercício de alta intensidade aumenta a velocidade de progressão da doença e outras em que a atividade física pode desencadear arritmias graves”.
Então, pessoas com arritmia cardíaca podem treinar?
“Com tantos cenários distintos, a conduta inicial mais apropriada é sempre buscar orientações com seu cardiologista ou arritmologista”, aponta Rodrigues.
Isso porque, segundo ele, pacientes que foram devidamente avaliados por um médico especialista possuem um quadro clínico estável e não apresentam nenhum tipo de arritmia que contraindique a prática de atividade física.
“Elas não possuem limitações ao que podem ou não fazer durante o treino pelo fato de terem uma arritmia”, ele explica, ressaltando que a prática de atividade física é, inclusive, fundamental para uma vida saudável e muitas vezes ajuda no controle da arritmia em si.
Cuidados para treinar
Segundo o médico, os cuidados são os mesmo que as pessoas em geral devem ter, como realizar um programa de treinamento com aumento gradual de intensidade ao longo de várias semanas e hidratação adequada durante a prática esportiva.
“Caso o indivíduo apresente sintomas como dor no peito e sensação de desmaio durante a atividade física, deve interromper o exercício naquele momento e programar uma visita ao seu cardiologista”, ele alerta.
“O uso de substâncias estimulantes antes do treino, como a cafeína, embora não seja contraindicado em todos os casos, deve ser evitado ou feito de forma supervisionada, pois pode piorar a arritmia de base”, finaliza.