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Aretha Duarte: 1ª mulher preta e latina no Everest revela planos para 2024

A ativista socioambiental conta sobre sua nova série no canal OFF e seu papel como embaixadora da Decathlon

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 8 mar 2024, 10h08 - Publicado em 7 mar 2024, 18h04

Neste ano, Aretha Duarte comemora três anos da sua conquista histórica: primeira mulher preta latino-americana a chegar ao topo do monte Everest.

“Demorou muito tempo para uma mulher negra da América Latina chegar ao topo do Everest, sendo que a primeira escalada ao topo foi em 1953. Foi bastante tempo, e eu percebo que existiu aí uma estrutura que não permitiu isso. Então, eu sinto orgulho pelo fato de poder, finalmente, ser uma representante racial nesse lugar. Eu espero que, de algum modo, a minha história possa inspirar mais pessoas a também alcançarem o seu Everest, conquistarem seus sonhos e, mais do que tudo, acreditarem que é possível“, conta à Boa Forma.

No entanto, ela não para por aí. Para 2024, a ativista socioambiental ainda prepara projetos inéditos. Uma das novidades é que sua história virou roteiro de uma série no canal OFF, “Te Encontro no Topo”, que tem estreia marcada para 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

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Aretha Duarte, montanhista e ativista socioambienta | (Juan Ribeiro/Decathlon Brasil/Divulgação)

“Te Encontro no Topo”

Em seis episódios, o documentário, coproduzido pela Ap Content, retrata desde a humilde infância da montanhista até sua conquista no monte Everest e seus projetos de transformação socioambiental. 

“Eu fiquei realmente muito impactada em poder participar dessa gravação, porque é uma grande oportunidade de apresentar a escalada, um esporte tão elitizado, à periferia e, ao mesmo tempo, apresentar também a periferia a todo o telespectador do Brasil”, diz. 

“A série tem esse grande objetivo de garantir visibilidade à periferia. Ela apresenta a escalada correlacionando com outras modalidades, por exemplo, o skate e o futebol. Ou seja, mostra outras garotas aqui da periferia que também praticam esportes, não somente eu. No final, é uma história de muitos protagonistas, não apenas a Aretha. Isso, para mim, é super encantador, porque está intimamente conectado ao meu propósito de transformação social”, completa.

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Ao compartilhar sua jornada através do documentário, a montanhista não busca apenas inspirar, mas também promover uma reflexão sobre inclusão, representatividade e igualdade de oportunidades.

“Eu tenho um desejo muito forte de que a série chegue ao maior número de pessoas possível, para que executivos, donos de empresas, e líderes conheçam a nossa história e entendam que também somos consumidores e cidadãos e, por conta disso, deveríamos ter igualdade de direitos de acesso“, defende.

Embaixadora da Decathlon

Além de “Te Encontro no Topo”, Aretha também se tornou a nova embaixadora da Decathlon, maior varejista esportiva do mundo. “A minha expectativa enquanto embaixadora de Decathlon é fazer com que as pessoas alcancem cada vez mais a possibilidade de praticar esportes, de ter movimento em suas vidas, pela garantia de alcance de qualidade de vida”, afirma.

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“A Decathlon está alinhada aos meus planos e objetivos relacionados ao montanhismo, por exemplo, a fomentação das práticas mais sustentáveis em nosso meio, a pensar no minimalismo, a pensar como as nossas ações, o nosso trabalho, os nossos produtos, os nossos serviços podem garantir um impacto positivo para o ecossistema em que estamos inseridos e como o esporte e as oportunidades provenientes dele podem transformar vidas“, acrescenta a ativista socioambiental. 

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Aretha Duarte, montanhista e ativista socioambiental | (Juan Ribeiro/AP Content/Decathlon Brasil/Divulgação)

Outros planos para 2024

Em 2024, segundo ela, uma das suas metas é “implantar mais paredes de escaladas nas periferias do Brasil“. “A primeira parede escalada sustentável foi instalada em dezembro na periferia de Campinas, mas eu gostaria de ampliar esse projeto para outros lugares, porque é um espaço gratuito e acessível”, relata. 

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Em abril, Aretha voltará ao Campo Base do Everest e será guia de onze pessoas. “Eu vou me reconectar com aquele ambiente que foi tão transformador na minha vida“.

Além disso, em junho, ela levará um grupo exclusivamente de mulheres à Bolívia para explorar a Cordilheira Real. “Assim, darei o start a um projeto de empoderamento feminino no montanhismo e na escalada”, fala.

“Em novembro, tenho um outro grupo super especial – e esse me toca no fundo do coração – exclusivo para pessoas negras que vou guiar na escalada ao Kilimanjaro, a montanha mais alta da África, localizada na Tanzânia. Essa vai ser a primeira vez que temos um grupo brasileiro exclusivo de pessoas negras e, dessa forma, teremos a chance de falar sobre acesso e democratização do esporte“, conclui.

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