Correr longas distâncias não é fácil para a maioria das pessoas. Quando se trata de completar os 21,097 quilômetros, é necessário manter boa regularidade e aumentar o número de treinos, cuidar da alimentação, descansar o corpo, além de deixar alguns hábitos de lado — como ir à balada na sexta-feira, véspera dos longões.
Para registrar os desafios e alegrias do treinamento para a meia maratona da SP City Marathon, organizada pela Iguana Sports, BOA FORMA convidou duas leitoras, Bianca Kessar e Júlia Zamboim, para treinar com a assessoria esportiva Run&Fun e acompanhar a editora Daniela Bernardi e a estagiária Giulia Granchi na prova, que acontece dia 31 de julho.
Aqui, as quatro contam as principais dificuldades que encontraram ao encarar a rotina puxada de treinos:
PERFIS
Giulia Granchi e Júlia Zamboim são estudantes e dividem a rotina entre a faculdade, estágio e treinos. O desafio para elas é completar os primeiros 21K.
Daniela Bernardi e Bianca Kessar se esforçam para seguir a planilha entre um compromisso de trabalho e outro. Para elas, a pressão está em melhorar o tempo das últimas meia maratonas realizadas.
Bianca, Giulia, Júlia e Daniela
DESAFIOS
Encaixar os treinos de corrida e de força na rotina apertada
“Separar uma ou duas horas do meu dia para correr já é complicado – acordo cedo para estudar, trabalho e moro longe dos locais em que passo a maior parte do tempo. Fica ainda mais difícil quando o assunto é incluir o funcional e a musculação na semana, já que além de tomar um tempo que seria dedicado às atividades pessoais, elas exigem um tempo maior de recuperação para que o corpo não seja prejudicado. Preciso me organizar muito bem e conversar com meus treinadores para fazer tudo dar certo!”, Giulia Granchi.
Lidar com a ansiedade
“Falta pouco tempo (um pouco mais de dois meses) para a prova, e minha evolução tem sido bem lenta. Não dá para negar que bate um medo quando não consigo concluir os treinos longos e penso que ainda sofro nos 10K. Apesar de não querer terminar a prova com um pace rápido, preciso policiar minha mente para ser positiva e acreditar que vou conseguir completar o percurso”, Giulia Granchi
“Além da preparação física, acredito que a parte emocional tem grande importância no meu desempenho como atleta amadora. Sou bastante ansiosa e depois de aceitar o desafio para correr minha primeira meia maratona, senti que tenho exercitado muito mais minha paciência, perseverança e superação. É a primeira vez que recebo planilhas com treinos longos, como de 15 ou 18 km e confesso que ainda me sinto receosa para completá-los com sucesso. Acho que a corrida é um dos esportes que mais exige dedicação e comprometimento para sentir evolução na performance”, Júlia Zamboim.
Descansar o corpo e a mente
“Senti que ao aumentar os treinos de corrida e conciliá-los a minha rotina de faculdade, estágio e vida social exigiu maior desgaste físico e emocional. No entanto, ainda tenho muita dificuldade para encontrar tempo para descansar e dormir mais horas por noite. Penso que o repouso e a boa recuperação física são tão importantes quanto treino e, que seu eu desancasse mais, poderia até ter melhor desempenho nos treinos, principalmente pela manhã. Por isso, pretendo melhorar esse aspecto nos próximos dois meses para chegar descansada e preparada para correr a meia maratona”, Júlia Zamboim.
Encontrar tempo para correr três vezes por semana
“Como não estou matriculada em nenhuma academia, dependo da rua para correr. O problema é que existem poucos locais adequados (planos, contínuos, seguros…) para treinar em São Paulo – e a maioria fica longe para mim, como o Parque do Ibirapuera ou o Parque Villa-Lobos. Só estou treinando duas vezes por semana (em vez de três). Espero que isso não prejudique meu desempenho na meia”, Daniela Bernardi.
Veja também: Meia maratona: o que saber antes de encarar os primeiros 21K
Cadenciar meu ritmo nos longões
“Sempre começo com um pace bem forte e acabo bem mais devagar. Ainda não aprendi a usar a noção de esforço para ajustar minha cadência. Às vezes, quando me dou conta, estou trotando muito devagar sem necessidade. Acho que precisava ter um pacer (alguém que ditasse o ritmo) pra me puxar, rs. Como meu objetivo é melhorar meu tempo, preciso focar nisso”, Daniela Bernardi.
Seguir à planilha à risca — sobretudo os treinos longos
“Olhar a planilha e ver que tenho 14 km a percorrer me dá um pouco de preguiça. A corrida não é um esporte que eu ame tanto, pois me sinto muito sozinha fazendo isso por tanto tempo. Como ainda faltam mais de dois meses pra prova, tenho a impressão de que posso adiar esse tipo de longão. Mas no fundo sei que não”, Daniela Bernardi.
Readaptação da rotina de treinos
“Voltei aos treinos há três meses, após uma longa pausa de um ano sem treinar. No final de 2015, tive uma lesão no joelho que me levou a um ciclo de preguiça. Esse ano resolvi que era hora de mudar e o desafio veio na hora certa! Voltei aos treinos e confesso que estou tendo bastante dificuldade na reabilitação: não estava mais acostumada ao volume alto que a meia maratona exige e muito menos a acordar tão cedo, que agora no frio fica mais sofrido ainda!”, Bianca Kessar.
Manter a alimentação necessária para os treinos
“Como trabalho o dia inteiro, fico no trânsito algumas horas no dia e preciso me programar muito bem para conseguir comer alimentos saudáveis… Tem semanas que fico empolgada e faço tudo certinho, mas a minha queda por doces é grande, o que me atrapalha às vezes. A meta agora é perder um pouco de peso para ficar mais leve e conseguir melhorar o pace, além de não perder nenhum treino, já que nessa etapa o volume de treinos é fundamental”, Bianca Kessar.