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“Com higienização adequada, pode ir menstruada à praia”, diz ginecologista

Especialista dá dicas e desvenda os mitos por trás de estar “naqueles dias” durante a viagem

Por Amanda Panteri
4 dez 2021, 10h00

Quem nunca passou por isso, que atire a primeira pedra. Você fica meses programando aquela tão sonhada viagem de verão e esquece de verificar um detalhe básico: seu ciclo menstrual. Mas o que fazer quando a menstruação está marcada para acontecer bem no período em que você pretende ficar de biquíni e curtir o sol? Consultamos a ginecologista, obstetra e mastologista Fernanda Torras, especialista pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e Sociedade Brasileira de Mastologia. Confira as dicas que ela deu: 

Se você faz uso de pílula anticoncepcional 

Se você utiliza o contraceptivo hormonal com pausa, vale emendar uma cartela na outra, sabia? Isso fará com que a menstruação não ocorra naquele mês. Contudo, vale conversar com o seu ginecologista antes para saber se o tipo de pílula que você usa é adequado para a conduta. “Além disso, é possível fazer com que o sangue venha antes do previsto. Se você precisar que aconteça poucos dias antes, é possível interromper a cartela nesse período e realizar a sua pausa menstrual antecipadamente”, explica Fernanda Torras. Assim, você não sofre com a menstruação nas férias. 

Se você não faz uso de pílula anticoncepcional

Infelizmente, não há nada que impeça a menstruação de acontecer. “O uso de pílulas de progesterona ou com altas doses de hormônios no período pré-menstrual é feito por algumas mulheres para atingir a essa finalidade. Mas não é indicado, uma vez que há efeitos colaterais e não há garantia de sucesso do bloqueio menstrual”, alerta a médica. 

O jeito, então, é apostar nos absorventes. Fernanda garante que os internos e os coletores são os que oferecem menores riscos de vazamento. Sem contar que não ficam para fora, ou seja, são bem discretos. A única coisa que você precisa lembrar é de trocar o absorvente interno com a cada 3 horas e o coletor a cada 6, fazendo uma boa higienização do copinho de 12 em 12 horas. 

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“Se seguir o padrão de trocas e cuidados, não ocorrerá vazamentos ou desconfortos pelo fluxo menstrual. Há ainda calcinhas de biquíni absorventes para uso em conjunto com absorventes internos e coletores, que garantem absorção em caso de vazamento acidental”, explica. São tantas as opções existentes que entrar na água menstruada acaba nem parecendo um bicho de sete cabeças, não é mesmo? 

A ginecologista ainda desvendou alguns mitos que existem sobre a questão: 

Dúvida: é verdade que a água interrompe o fluxo menstrual?

MITO. “A água do mar ou piscina não é capaz de suspender ou segurar o fluxo menstrual”, diz Fernanda Torras. Na verdade, a pressão que a água exerce sobre a vagina faz parecer que o sangramento foi pausado, e a menor temperatura do corpo faz com que os vasos sanguíneos do útero contraiam, diminuindo o fluxo. Mas isso é apenas por um tempo, viu? 

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Dúvida: ir para a praia ou piscina menstruada aumenta o risco de infecções ou bactérias? 

MITO. “Se houver higienização adequada, não há riscos. É preciso sempre limpar a vulva com água ou lenços umedecidos entre as trocas dos absorventes. Além de sempre lavar as mãos antes de introduzir o produto limpo. O problema, muitas vezes, está no acesso a banheiros adequados para realizar o procedimento. No caso do coletor, vale frequentar a praia e trocar o copinho somente em casa depois de seis horas”, ela diz. Para evitar infecções, intercale com absorventes externos quando você puder para que a flora vaginal respire.

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