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Mulheres com endometriose devem ter cuidados especiais na dieta

Evitar itens industrializados e apostar em alimentos anti-inflamatórios são boas pedidas para quem sofre com a doença

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 7 dez 2016, 16h35 - Publicado em 6 dez 2016, 19h52

Estima-se que 7 milhões de mulheres convivam com a endometriose no Brasil. É muita gente sentindo, mês a mês, fortes cólicas menstruais, dor nas relações sexuais e, pior, descobrindo que não consegue engravidar, já que essa é uma das principais causas de infertilidade. A doença acontece quando a descamação do endométrio (a menstruação) não acontece da forma correta, de modo que o tecido que reveste o útero se instala em outras partes da cavidade abdominal e até em órgãos como intestino, bexiga e pulmões.

O problema pode ser causado por vários fatores, como questões genéticas, imunológicas e até ambientais. Infelizmente, não há uma forma específica de evitar que a endometriose apareça, mas sabe-se que um estilo de vida saudável tem influência positiva tanto na prevenção quanto no tratamento da encrenca.

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Aliás, quem convive com a doença tem ainda mais motivos para praticar atividade física com frequência e, principalmente, adotar uma alimentação saudável e equilibrada. Esses dois hábitos são importantes para combater a inflamação no organismo, processo diretamente ligado ao agravamento do quadro. É que, ao se deslocarem para fora do útero, as células endometriais produzem substâncias inflamatórias – e é isso que causa todo o incômodo que as mulheres sentem.

Escolhas à mesa

Mulheres com endometriose devem ter cuidados especiais na dieta
(Dangubic/Thinkstock/Getty Images)

Apostar em alimentos com propriedades anti-inflamatórias e se manter longe de itens que provoquem essa reação é fundamental para quem tem a condição. “De modo geral, uma pessoa com endometriose deve reduzir a ingestão de carne vermelha, leite e derivados (como queijos amarelos e manteiga), embutidos, frituras, açúcares e doces em geral, farinha refinada, refrigerantes e outras bebidas gaseificadas de forma artificial”, orienta a médica Stela De Simone, coordenadora do Serviço de Acupuntura de Endometriose do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Por outro lado, orienta a especialista, é importante incluir no prato frutas, verduras, cereais integrais e ingredientes ricos em ômega-3, gordura que combate a inflamação.

Entenda: Endometriose: mitos e verdades sobre a doença que assusta as mulheres

Durante as refeições, evite beber junto com a comida, pois a prática atrapalha a digestão. “Isso faz com que um material residual seja produzido, aumentando o stress oxidativo no organismo”, adverte Stela. A resposta a esse processo é ela mesma: a inflamação.

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Na hora de temperar as preparações com sal, pegue leve – principalmente se você sofre com a pressão alta. “É que a hipertensão gera reações inflamatórias”, alerta o ginecologista Marco Aurelio Pinho de Oliveira, chefe do Ambulatório de Endometriose do Hospital Universitário Pedro Ernesto e autor do livro Endometriose Profunda — O Que Você Precisa Saber (Di Livros, 2016). Se possível, prefira as versões menos refinadas, como o sal marinho e o rosa (ou do Himalaia).

Perigo no plástico

Também é prudente evitar produtos plásticos, como potes, copos e garrafas, que contenham bisfenol, substância que afeta o sistema endócrino. “A gente não sabe qual o mecanismo exato, mas já se viu que pacientes com endometriose têm mais bisfenol no corpo”, relata Oliveira. Para identificar o composto, procure por um número na embalagem, que costuma estar no fundo. Aquelas que indicam 3 e 7 são as que trazem mais risco de liberar o agente tóxico quando aquecidas. Os recipientes de número 5 não oferecem perigo. Se estiver escrito “livre de BPA” significa que não há bisfenol ali.

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