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Mamografia: novo aparelho permite que a mulher controle o exame

Chega ao país um mamógrafo que promete tornar o rastreio do câncer de mama menos dolorido e mais eficiente

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 19 out 2017, 19h35 - Publicado em 4 Maio 2017, 17h09
 (AtnoYdur/Thinkstock/Getty Images)
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Se você nunca precisou fazer uma mamografia, já deve ter ouvido poucas e boas sobre o exame responsável por identificar tumores nas mamas. O procedimento é conhecido por causar dores e desconforto, já que é necessário comprimir o seio enquanto a mulher fica encostada em um aparelho enorme numa posição não muito agradável.

O medo de passar por esse processo é tanto que muitas pacientes fogem do exame, dificultando um eventual diagnóstico precoce do câncer de mama. Segundo a Pesquisa Nacional da Saúde, realizada em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, 40% das mulheres entre 50 e 69 anos não fizeram a mamografia nos dois anos anteriores ao levantamento. E isso se deve, em grande parte, a um receio de encará-la.

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Por isso, muitos dos avanços recentes no diagnóstico de tumores mamários são focados em garantir uma melhor experiência durante o exame. Entre as novidades mais inusitadas e revolucionárias está o Pristina, mamógrafo desenvolvido pela GE Healthcare, empresa americana especializada em tecnologias médicas. O aparelho foi lançado no Brasil nesta semana, na 47ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR), que acontece em São Paulo entre os dias 4 e 7 de maio.

Mamografia: novo aparelho permite que a mulher controle o exame
O mamógrafo Pristina permite que a paciente controle a compressão das mamas. (Divulgação/GE Healthcare)

O principal diferencial do equipamento é que ele permite que a paciente faça a compressão na própria mama. Funciona assim: no consultório, o técnico posiciona a mulher e faz uma leve compressão para ver se a posição está correta. Se ela quiser, recebe um controle remoto sem fio para comandar o procedimento. “Nos estudos, vimos que mais de 60% optaram pela autocompressão”, observa Marcos Corona, diretor de Imaging Systems da GE Healthcare para América Latina.

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Menos dor = melhores resultados

A primeira instituição a testar o Pristina foi o Centre de Sénologie et d’Echografie, na França. Lá, foi feito um estudo com 100 pacientes para investigar o que elas acharam do aparelho. Os resultados foram impressionantes. “Notou-se que 88% fizeram uma melhor avaliação do exame em relação a experiências anteriores”, conta Corona.  Dessas, mais de 80% afirmaram que isso se deu por causa da possibilidade de controlar a compressão da mama.

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Ao se sentirem mais confortáveis e com autonomia, as voluntárias comprimiram até mais os seios (25%) do que quando o exame era conduzido por um profissional. “Uma boa compressão é fundamental para ter uma imagem de melhor qualidade e, consequentemente, um rastreio mais eficiente”, comenta o mastologista Henrique Pasqualette, do Centro de Estudos e Pesquisas da Mulher (CEPEM), no Rio de Janeiro, e um dos primeiros a adquirir o Pristina no Brasil.

Detalhes que fazem a diferença

Não é só a autocompressão que faz desse equipamento revolucionário. “O material do detector onde a mama é posicionada é feito com uma substância que não é gelada, como nos mamógrafos comuns”, destaca Marcos Corona. Em relação ao posicionamento, o mamógrafo da GE permite que a paciente apoie o braço e a face, para ter mais conforto.

Quanto ao diagnóstico, não é apenas a compressão controlada pela mulher que ajuda na identificação de tumores malignos. “O Pristina incorporou uma tecnologia que se chama tomossíntese mamária, que permite uma mamografia com cortes de vários ângulos”, pontua Pasqualette. Segundo o médico, com esse recurso, a probabilidade de detectar um câncer precocemente aumenta em 50%. “E a chance de evitar que a paciente faça uma biópsia sem necessidade é de 15 a 30%”, complementa o mastologista.

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A Anvisa aprovou o registro do Pristina em março de 2017 e os primeiros aparelhos do Brasil ainda estão em processo de compra e instalação. Não há previsão de quando eles estarão disponíveis em consultórios e nem na rede pública de saúde.

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