Saúde neurológica: como a atividade física pode contribuir
A prática regular de exercícios ajuda desde a prevenção de doenças até o alívio de sintomas. Veja mais benefícios para a saúde neurológica
As doenças relacionadas à saúde neurológica impactam diretamente na vida das pessoas, afetando diversas funções cognitivas e motoras.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse tipo de problema, como é o caso de Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla, Epilepsia, entre outras, é responsável pela morte de cerca de seis milhões de indivíduos anualmente. Além disso, crises de enxaqueca, depressão e até mesmo ansiedade entram na lista de malefícios que afetam a população em geral.
Antônio Araújo, médico neurocirurgião da Clínica Araújo & Fazzito e do Corpo Clínico do Hospital Sírio-Libanês, explica que o hábito de se exercitar contribui diretamente para a saúde, inclusive na prevenção e tratamento de doenças neurológicas.
“A atividade física é benéfica para a função cognitiva, equilíbrio, força, o que ajuda tanto na prevenção de doenças neurológicas como no alívio de sintomas”, explica o especialista, que ressalta também a importância de procurar um profissional.
“Os exercícios ajudam e são importantes, mas não substituem o tratamento ou a orientação de um médico”, completa.
Pensando nisso, Araújo listou motivos para deixar o sedentarismo de lado, levando também em consideração a saúde neurológica.
Benefícios das atividades físicas para a saúde neurológica
1Melhoria da função cognitiva
Ao realizar atividades físicas regulares, o hormônio irisina é liberado em nosso corpo. Entre diversos benefícios, ele auxilia na memória.
“Estamos falando de um hormônio que melhora o funcionamento dos neurônios e reduz o esquecimento, ou seja, importante para demências como o Alzheimer”, comenta o neurocirurgião.
2Manutenção da mobilidade
A prática de exercícios de baixo impacto é muito recomendada para pacientes com Parkinson. De acordo com o médico, eles ajudam na produção de dopamina, neurotransmissor que atua de diferentes formas no sistema nervoso, estando relacionada, por exemplo, com o humor e o prazer.
“Este hormônio atua no sistema nervoso central para facilitação do movimento, do equilíbrio e da destreza, além de ser importante para o circuito de emoções do cérebro”, comenta ele.
3Melhora da força e equilíbrio
Como já se sabe, determinados exercícios ajudam na força e no equilíbrio, entre eles, musculação, caminhada e corrida. Esse tipo de prática pode ser muito benéfica para pacientes com esclerose múltipla.
“O hábito pode auxiliar na diminuição da fadiga, pois é associado a um treino aeróbico, podendo melhorar na força e equilíbrio dos pacientes”, explica. “Vale lembrar que trata-se de uma doença que não tem cura, assim como muitas outras, mas a prática de exercícios contribui para uma melhor qualidade de vida e até mesmo o retardo da condição”, complementa.
4Redução de crises epiléticas
Os pacientes que sofrem com epilepsia podem obter uma melhora significativa nas crises ao realizar exercícios físicos diariamente. “O aumento dos níveis de noradrenalina e endorfina auxiliam como protetores do sistema neurológico, ajudando na diminuição de episódios epiléticos.”
Efeito anti-inflamatório e analgésicos naturais
Casos de enxaquecas, depressão e ansiedade podem ser amenizados com exercícios físicos.
“A liberação de endorfina e serotonina é a principal aposta para auxiliar nas fortes dores de cabeça, pois os hormônios atuam como analgésicos naturais. O cortisol – hormônio do estresse – pode ser reduzido através da prática saudável, gerando um efeito anti-inflamatório para o tratamento das doenças”, finaliza o profissional.
É importante lembrar que todas as atividades físicas devem ser indicadas e realizadas com acompanhamento de profissionais, como médico e educador físico.