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Boa Forma Experimenta: treino tridimensional

Dá para fazer até reabilitação dentro de casa. A personal trainer Paula Sueli trabalha a escuta sensível e personaliza os exercícios para cada aluno

Por helenagalante
Atualizado em 13 dez 2021, 13h23 - Publicado em 13 dez 2021, 08h00
Paula Sueli: a personal trainer oferece o treino tridimensional online
Paula Sueli: a personal trainer oferece o treino tridimensional online (Arquivo pessoal/Divulgação)
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Em agosto deste ano, o colunista Samorai, responsável pela seção Treino 3D aqui da Boa Forma, convidou a personal trainer Paula Sueli para ela contar como era tornar a tela do celular um instrumento de acolhimento e transformação para o aluno durante os treinos. Fiquei tão impressionada com a forma como ela valoriza a escuta que fiquei com vontade de experimentar como era esse treino tridimensional 100% online.

Meu primeiro contato foi através de uma anamnese. Quem, como eu, já passou por alguma avaliação de academia e sentiu que o avaliador estava só ticando alguns quadradinhos sem nem te observar de verdade vai se espantar com a profundidade dessa pesquisa inicial. As perguntas obrigatórias estão lá: há quanto tempo pratica atividade física, se faz ou pretende fazer acompanhamento nutricional, histórico de diabetes, colesterol alto, hipertensão ou outra cardiopatia, uso de medicamentos, algum problema ósseo ou articular… Após responder o formulário online, porém, Paula Sueli agenda uma conversa (virtual, claro) e faz mais perguntas para entender exatamente qual é a condição do aluno. “Fico ligada em como o aluno fala de uma dor que ele tem, por exemplo. Quando percebo que embutidas com as palavras estão crenças sobre dor ou limitação, sei que será preciso mudar esses pensamentos”, ela me contou.

Todas as aulas são online, algumas ao vivo e outras não. Nos casos de reabilitação, Paula não abre mão de estar em contato com o aluno em tempo real. “Um joelho que está doendo eu não posso tratar como uma coisa mecanicista, preciso conhecer esse aluno além do óbvio para ajudá-lo.” Alguns dos princípios da sua abordagem são ampliar a percepção do aluno (não adianta focar apenas no local da dor), estimular a confiança na movimentação e buscar estratégias que sirvam para aquela pessoa, independentemente de qualquer protocolo que tente padronizar os tratamentos.

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Depois desse reconhecimento, é chegada a hora de marcar o treino. Alguns detalhes técnicos ajudam (e muito) na boa experiência da aula. Paula pede sempre que o aluno conecte-se à reunião virtual pelo celular – a câmera captando o corpo todo é indispensável. Ela está sempre com um microfone conectado à sua câmera, o que permite que ela fala num tom de voz agradável e ainda assim muito claro (alguém mais tem trauma de reunião do Zoom com participantes gritando ou só eu?).

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Atenta a todas as movimentações, Paula respeita o tempo do aluno se familiarizar com o exercício e não sai corrigindo tudo de uma vez. “Tenho três séries de movimentos, posso fazer os ajustes aos poucos. Desencorajar o aluno falando ‘Está tudo errado’ não ajuda. No momento oportuno, fazemos as mudanças”, ela falou. Esse cuidado foi fundamental para eu me sentir à vontade para seguir todas as instruções. Como pratico musculação há 6 anos, uma das minhas dificuldades era justamente deixar os movimentos mais fluidos, menos isolados.  Como fui sendo ensinada aos poucos, fui pegando o jeito e no final da terceira série já estava mais segura do que fazer.

Por não estarmos no mesmo ambiente, não há o recurso do toque que sinaliza alguma mudança a ser feita. Como aluna, foi um treino responder a comandos como o de tocar o dedão do pé – e observar como o meu joelho se mexia para realizar a tarefa. Fizemos diversos exercícios de mobilidade de quadril e lombar (para ajudar meu corpo a encarar as muitas horas sentada que a profissão de jornalista pede) – mas engana-se quem pensa que a exigência do treino tridimensional é baixa: ele faz suar, e muito!

Mais do que isso, porém, o treino tridimensional é um treino que aumenta o bem-estar! “Tive uma aluna que tinha com muitas dores nas costas, sentia até falta de ar. Mas ela me disse um dia que só vinha treinar porque tinha certeza que iria sair se sentindo melhor. Hoje ela completou um ano comigo e está muito melhor”, conta Paula Sueli. “Quando recebo retornos assim, fico amarradona! Eu dou aula feliz, faço com muito coração. É um privilégio trabalhar com alguma coisa pela qual sou apaixonada.” Eu fiquei igualmente apaixonada e pude conferir por mim mesma: o treino online que parece um abraço existe e é uma delícia.

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