Continua após publicidade

Tudo que você precisa saber pra começar a praticar futebol hoje mesmo

O médico da seleção brasileira de futebol feminino tira todas as nossas dúvidas sobre o esporte

Por Amanda Panteri
15 ago 2019, 15h22
Mulheres jogando futebol com bola
Lesões: elas são fatalidades ou têm causa? (fotokostic/Thinkstock/Getty Images)
Continua após publicidade

Precisamos concordar: a Copa do Mundo de Futebol Feminino que aconteceu este ano, na França, garantiu um destaque muito maior do que o esperado para as mulheres no esporte. No jogo que a seleção brasileira perdeu para as anfitriãs do evento, por exemplo, registrou-se um recorde de audiência para a modalidade nunca antes visto no país. E levantou também algumas questões importantes, como a luta pela equiparação salarial dentro do campo. 

Com as atenções que ganhou de uns tempos para cá, é normal que muita gente fique com vontade de se aventurar no futebol. Para responder às perguntas mais básicas e nos dar uma noção do que é a prática, fomos conversar com ninguém mais, ninguém menos que o médico do esporte e ortopedista Nemi Sabeh Jr, funcionário oficial da seleção brasileira de futebol feminino. E olha só o que ele nos contou: 

Afinal, quais os benefícios do futebol? 

‟Trata-se de uma prática coletiva que trabalha o âmbito social muito bem. Reunir-se com o time, saber acatar as decisões, entender o melhor momento de passar a bola para outra pessoa vai ajudar a apurar o senso de equipe”, explica o médico. Sem falar que a sua rede de amizades tende a crescer muito, não é mesmo?

Se você já chegou a disputar alguma partida, sabe que é cansativo. ‟É uma atividade aeróbica, ou seja, que promove a queima de calorias e gorduras de uma forma muito intensa. Mas, ao mesmo tempo, exige movimentos anaeróbios — que trabalham o fortalecimento. Como é o caso dos tiros de corrida que temos que dar para ir atrás da bola”, afirma Nemi Sabeh. 

E sabe qual a parte do corpo mais exigida com o futebol? Uma que a gente adora malhar: os membros inferiores. ‟Principalmente os músculos das coxas e glúteos, que são ativados a cada chute, arranque e aterrissagem”, conta o ortopedista. 

O risco de sofrer lesões é maior do que em outros esportes? 

A gente tem uma notícia ruim para te dar, amiga. Por ser uma modalidade de muito contato, é possível que hajam algumas lesões por traumas, principalmente se você for inexperiente e for com muita sede ao pote. As lesões por traumas são aquelas que acontecem quando a gente torce o pé, cai ou se choca contra a adversária.

E infelizmente, não para por aí. As mulheres também fazem parte de um grupo mais propenso a desenvolver dores com o tempo, graças aos quadris. ‟Isso porque a região tende a ser maior, o que acaba sobrecarregando os joelhos, tornozelos e coluna. Essas áreas têm de 4 a 5 vezes mais chances de lesão no organismo feminino do que no masculino.”

O que fazer, então, para evitar as lesões? 

Uma coisa muito simples – aquecimento. É ele que ‟acorda‟o músculo e o prepara para o exercício intenso que virá a seguir. ‟Um exemplo que costumamos passar sempre para as atletas é o movimento de abdução com a miniband”, diz Nemi. Para quem não sabe, esta série é feita com uma faixa elástica em volta dos tornozelos. Enquanto você apoia o peso em uma perna, movimenta a outra para o lado. Desse modo, os músculos dos glúteos  fica mais ‟atento”, ou seja, se contraem mais rapidamente antes de sofrer com o impacto. 

Outra saída, muito utilizada pelos treinadores, é utilizar a própria bola. ‟Chutes leves, ao gol e passes ainda por cima treinam a técnica das jogadoras‟, explica. Fomos conferir uma aula de futsal na academia Kainágua/KLP Esportes, em São Paulo, e pudemos conhecer alguns exemplos de exercícios. Confira: 

Continua após a publicidade
Tudo que você precisa saber pra começar a praticar futebol hoje mesmo
(Kainágua/KLP Esportes/Divulgação)

É preciso alongar antes ou depois do treino? 

Por incrível que pareça, Nemi Sabeh explica que é cada vez menos comum a utilização do alongamento, tanto antes quanto depois da partida. ‟O importante, mesmo, é o aquecimento e desaquecimento, uma vez que o músculo precisa estar preparado para contrair, e não alongar.”

Mas não se engane. Alongamento não é sinônimo de treinamento de flexibilidade, viu? O primeiro diz respeito à capacidade de extensão do músculo. Já a segunda é a amplitude do movimento que a articulação garante. ‟Sessões que melhoram a flexibilidade, como ioga e pilates, são recomendadas sim. O ideal é que sejam feitas em dias alternados ao futebol”, diz o médico. De quebra, você ainda garante noção corporal e mais poder de concentração!

Publicidade