Quais as lesões mais comuns em atletas amadores e como preveni-las
Não é só porque não somos profissionais que estamos livres de lesões. Veja como identificá-las
Com o início do ano (e o Carnaval chegando), muita gente corre para a academia. Mas cuidado: mesmo quem não costuma treinar todos os dias e nem competir profissionalmente corre o risco de desenvolver lesões (tanto nos músculos quanto nas articulações) se não realizar os exercícios corretamente.
E não, não estamos falando daquele incômodo que aparece geralmente depois de 24 ou 48 horas depois da musculação — essa é a chamada dor muscular. Ela é completamente normal e apenas o resultado do seu corpo fazendo adaptações a um novo treino, ou até a indicação de que novos músculos estão se formando. “Esse tipo de dor tende a melhorar naturalmente, sem a necessidade do uso de remédios anti-inflamatórios. Já a dor de uma lesão não passa, e é acompanhada de edemas (manchas roxas), inchaço, pele quente na região machucada e pouca mobilidade do membro afetado”, explica o médico ortopedista Rodrigo Vetorazzi, do Hospital Albert Sabin, de São Paulo.
Rodrigo diz ainda que, felizmente, atletas amadores geralmente são acometidos por lesões mais simples, como as cãibras, tendinites e bursites. O problema é que, se não tratadas, elas podem piorar. “Tanto quem frequenta a academia três vezes na semana quanto quem participa de uma ou outra corrida no mês está sujeito a lesões mais graves, como fratura por estresse, rompimento de ligamentos e luxações.”
E as causas mais comuns das lesões envolvem a má execução de um movimento, a realização excessiva de um exercício e a postura errada durante o treino. É por isso que ter o acompanhamento de um profissional é sempre importante — muita gente se empolga ao começar um novo esporte e vai com muita sede ao pote.
Isso sem falar de duas etapas que a maioria pula: aquecimento e alongamento. “Precisamos deixar as fibras musculares preparadas para a realização do exercício. Vale começar, por exemplo, com uma caminhada leve antes de partir para algo mais pesado”, aconselha o médico. Além disso, é preciso respeitar os dias de descanso e utilizar calçados e roupas adequados.
Alguns esportes são menos recomendados do que outros?
Não é que sejam menos recomendadas, mas algumas práticas são consideradas de maior impacto para as articulações e músculos e, por isso, exigem cuidado redobrado na sua realização. É o caso das atividades de contato, como as lutas e o futebol, e as competitivas, como o tênis. “A esteira, por exemplo, pode ser uma ótima opção para quem está começando, uma vez que é mais segura que a rua, que é irregular”, afirma Rodrigo. A bicicleta ergométrica e a natação também são ótimas para quem não quer correr riscos.
E quem já tem problemas nas articulações deve passar longe da academia?
Não! Pode parecer contraditório, mas a prática de atividades físicas (de baixo impacto) são recomendadas para pessoas com desgaste nas articulações e artrose. “O ideal é que seja algo voltado para o alongamento e fortalecimento muscular. O ganho de preparo físico, desde que do modo correto, tira a sobrecarga das articulações e melhora as dores”, diz o ortopedista.
Ele ainda nos deu uma lista com os problemas mais comuns em atletas amadores. Confira:
- Câimbra – contração dolorosa e involuntária de um músculo ou grupo muscular, geralmente ocasionada por esforço intenso, desidratação ou perda de eletrólitos.
- Lesão muscular – lesão da fibra muscular, geralmente associada ao estiramento excessivo;
- Contusão – lesão ocasionada por trauma direto de objeto sobre a pele, mas sem ferimento externo;
- Entorse – lesão da articulação causada por um trauma;
- Tendinite – inflamação dos tendões;
- Bursite – inflamação da bursa, bolsa que reveste as articulações, principalmente no ombro, quadril, joelho e cotovelo;
- Luxação – o termo é utilizado de forma errada para definir lesões e contusões leves. Porém, é uma lesão grave e com necessidade de tratamento, geralmente cirúrgico, de urgência;
- Fratura – quando ocorre ruptura de um osso.