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Como a dança faz bem para a mente

Se você ainda está na dúvida sobre qual atividade física experimentar na quarentena, damos ótimos motivos para você escolher a dança

Por Amanda Panteri
Atualizado em 15 abr 2020, 09h04 - Publicado em 15 abr 2020, 09h04
Mulher dançando
 (Trunck archive/BOA FORMA)
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Ultimamente, temos escutado muito sobre responsabilidade social e o cuidado que devemos ter com o outro. Sim, isso é muito importante para enfrentar o período atual. Mas igualmente necessário é o autocuidado, sabia? Afinal, precisamos estar bem (física e psicologicamente falando) para conseguir cuidar do outro. “A situação é extraordinária, tudo ainda é desconhecido a respeito da pandemia do COVID-19. Muito embora a mídia tente realizar o seu papel de levar informações dos acontecimentos, ela tem sido, ao mesmo tempo, um catalisador de sentimentos negativos”, nos explica a psicóloga Lilian Nobre. 

Para amenizar esses sintomas, a especialista dá recomendações simples e diretas. “Estabeleça uma rotina para você e sua família, e inclua nela, impreterivelmente, exercícios físicos, nem que seja por 15 minutos. E não hesite em buscar ajuda psicológica; há profissionais realizando atendimento on-line.”

Dentre as inúmeras atividades físicas que você pode fazer dentro de casa, dançar é uma ótima opção! Lilian nos elenca os motivos: 

Benefícios da dança para a mente 

1 – Hormônios do bem 

A prática de exercícios físicos promove a liberação de endorfina pelo cérebro — o hormônio relacionado com a sensação de prazer. Sem contar outros neurotransmissores (serotonina, dopamina e noradrenalina), que são os responsáveis pelo bom humor e bem-estar. “Experimentos mostram que se movimentar (caminhar, pedalar, dançar) estimula o crescimento de células no hipocampo – área ligada à depressão e pensamentos negativos. Logo, os esportes são considerados fortes aliados no controle da ansiedade e alívio da tensão física que acompanha esse estado mental”, afirma a psicóloga. 

2 – Ponto de partida

Precisamos falar a verdade: não é todo mundo que ama modalidades muito intensas. Se você, por exemplo, é do time que acha a musculação muito chata, ou a corrida muito difícil, pode apostar na dança. “A dança, para muitas pessoas, é uma forma de alívio, um meio de expressão ou até mesmo um refúgio. Por ser uma atividade divertida, criativa e desafiadora, acaba sendo ideal para quem deseja se distrair e se concentrar em algo positivo”, indica a especialista. 

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Lilian dá como exemplo a Zumba, que, segundo ela, não exige idade específica, um corpo padrão e muito menos condicionamento de atleta. “O objetivo principal é se sentir bem, aceito e pertencente. É o que o ser humano mais deseja para si nos tempos atuais. Os demais resultados serão bônus de todo esse processo de se sentir bem consigo.”

3 – Autoestima nas alturas

A autoestima nada mais é do que o julgamento que fazemos de nós mesmos combinado com a capacidade que temos de nos amar. E sabe qual o caminho mais viável para ela? “O autoconhecimento: conhecer seu próprio eu, ter consciência de seus aspectos positivos e negativos e valorizar suas virtudes”, diz Lilian. 

E a dança pode ser uma grande aliada nesse processo. “Quando dançamos, movimentamos o corpo, nos olhamos — há um processo de enamoramento de si mesmo. Depois, com o decorrer das aulas, ganhamos mais confiança e firmeza nos passos e no ritmo. E, nesse ambiente de diversão, começamos a nos relacionar com as pessoas e construir amizades sem pretensão, mesmo que em aulas virtuais. Nos sentimos tão bem com o acolhimento (professor e colegas) que levamos isso para dentro de casa: na família, amigos e pessoas próximas. Começamos a demonstrar o bem que a prática trouxe para nós. Todas essas características são bases para uma boa autoestima”

4 – Cuidar do corpo é cuidar da mente 

“Estudos salientam que o corpo tem uma influência profunda na nossa mente. Sendo assim, cuidar do corpo é equivalente a cuidar da mente. Os exercícios físicos ajudam a acalmar os estados ansiosos através da expressão das emoções a nível corporal e da liberação das preocupações, concentrando a nossa atenção no presente”, complementa a especialista.

Benefícios da dança para o corpo

Como a dança faz bem para a mente
Ludmilla Marzano – especialista de educação em Zumba (Ludmilla Marzano – especialista de educação em Zumba/Divulgação)

Bom, se cuidar do corpo ajuda a equilibrar nossa mente também, quais os benefícios da dança para o organismo? Quem nos ajuda agora é a instrutora Ludmilla Marzano , especialista de educação em Zumba:

  • Coordenação motora: “Com apenas algumas aulas de dança, o aluno começa a entender e a dominar os passos. Com a prática mais frequente, ele já vê um avanço na percepção e memória corporais. Ao conhecer a música e a coreografia, automaticamente irá melhorar a coordenação motora, equilíbrio e performance”; 
  • Perda e manutenção de peso: “Em uma única aula de Zumba, por exemplo, utilizamos os grandes e pequenos grupos musculares, podendo queimar de 400 até 1000 calorias. É importante ressaltar que a queima calórica depende da intensidade aplicada em cada passo, do organismo de cada aluno e da duração do tempo de aula. Aliar a Zumba três vezes por semana com uma mudança na alimentação pode acelerar os resultados de quem tem esse objetivo”;
  • Postura: “A dança tem a função de relaxamento muscular. O que acaba com a tensão, que é, muitas vezes, uma grande inimiga da nossa coluna vertebral. Além disso, ao melhorar a autoestima, a dança tem um certo poder de autoconfiança e segurança na biomecânica, e leva o aluno a ter uma postura mais eminente.”

Exemplo real

É o caso da administradora Priscilla Berrio Lopes de Azevedo, de 36 anos. Ela nos contou que, quando criança, sempre amou dançar, e chegou a fazer aulas de jazz e em academias até a adolescência. No início de 2015, conheceu a Zumba e se apaixonou. “Sempre amei dançar. E levei comigo essa paixão e a busca por uma melhor qualidade de vida — como consequência, reduzi meu peso e conheci pessoas.”

Segundo ela, a quarentena não seria possível sem as aulas on-line. “Sou uma pessoa muito ansiosa (já tive casos de crise de ansiedade, depressão e episódios de compulsão alimentar), e não sei nem como estaria sem as aulas. Faço, atualmente, três vezes por dia”, ela explica. 

Dicas para quem quer começar

Ficou animado com a história da Priscilla e quer começar já? Prepare, então, um cantinho em casa e siga estes passos a seguir, recomendados pela instrutora Ludmilla: 

  1. “Se você é sedentário, escolha modalidades menos intensas, como a Zumba Gold. É uma categoria voltada à terceira idade, mas é indicada para pessoas que sofrem com o sedentarismo há muitos anos, apresentam problemas na coluna e joelhos ou estão com excesso peso”;
  2. Vista-se adequadamente (com roupas confortáveis e próprias para o exercício). E mesmo estando em casa, calce um tênis leve. Vale ressaltar que o calçado adequado faz toda a diferença, especialmente no que diz respeito à segurança. Um tênis de corrida, por exemplo, não é adequado para movimentos giratórios”;
  3. Coma algo leve e saudável antes das aulas, como uma fruta ou um iogurte. E lembre-se de tomar água!”
  4. “Desde que a aula não seja muito intensa, ela pode ser praticada todos os dias. Para iniciantes, eu recomendaria 3 vezes por semana.”
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