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“Quando perdi um dos meus bebês, parei de olhar pra mim”

Milena Guerke conta como juntou forças para entrar em uma rotina fit e resgatar a autoestima após passar por desafios com os trigêmeos recém-nascidos

Por Daniela Bernardi
Atualizado em 30 abr 2024, 16h24 - Publicado em 16 nov 2017, 11h56

A dona de casa Milena Guerke realizou o sonho de ser mãe no dia do nascimento de seus trigêmeos. Porém, com complicações de saúde, um bebê não resistiu e o outro passou meses na UTI, o que fez com que a paulista de 34 anos deixasse de cuidar de si. Quando seu filho se recuperou, ela teve de juntar forças para entrar em uma rotina fit e resgatar a autoestima.

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“Não tive aquela foto segurando meus bebês no colo na sala do parto. Vitorio, Henrique e Alexandre nasceram prematuros e foram direto para a UTI. Gravidez de trigêmeos não é fácil. Existem dezenas de complicações possíveis e, infelizmente, vivi a pior de todas: a perda de um filho.

Sempre sonhei em ser mãe e, após três anos tentando, decidimos fazer inseminação. A chance de ter trigêmeos era de 1%. É, ganhamos na loteria! Quando vi o ultrassom, já imaginei três pessoinhas vestidas exatamente iguais. Depois, veio o medo de como meu corpo ficaria.

Logo no início, descobri que tinha trombofilia, doença que ‘engrossa’ o sangue, e precisei de repouso total. Estava tão focada em me manter quietinha que não pensei na dieta. Comia uma barra de chocolate de uma vez (não à toa, tive diabetes gestacional e precisei aprender a gostar de alimentos integrais).

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Quando a placenta do Vitorio deslocou, fui internada até a hora do parto e, após 52 dias, levei meus filhos para casa. Parecia que tudo ficaria bem, mas na manhã seguinte vi que o Henrique estava roxo. Corremos para a UTI neonatal, a 150 km da cidade onde moro. Só que eu tinha de voltar porque tinha outros dois bebês para cuidar. De madrugada, meu marido ligou e contou que o Henrique havia se tornado um anjinho.

Nem deu tempo de eu entender o que tinha acontecido e Vitorio começou a ter dificuldades para respirar. Fomos para o hospital enquanto minhas irmãs enterravam o Henrique. A médica disse que o Vitorio tinha os rins comprometidos e precisava curar uma infecção generalizada. Durante dois meses, dormia sem saber se meu filho estaria vivo quando acordasse. Fazia tudo para ele e para o Alexandre: fisioterapia, fonoaudióloga, remédios… Não conseguia pensar em mim nem nas minhas necessidades.

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após oito meses do parto, voltamos para casa. Para surpresa de todos, Vitorio não teve nenhuma sequela. Foi aí que voltei a me olhar no espelho e a não gostar do que via. Estava 40 quilos acima do peso e não tinha mais roupas que me servissem (cheguei ao manequim 46). Sentia que estava bem flácida. Durante a gestação, já pensava em fazer plástica, mas, ao conversar com uma amiga que é educadora física, percebi que a mudança poderia partir de mim.

“Quando perdi um dos meus bebês, parei de olhar pra mim”
Altura: 1,70 m; Antes: 70 cm de coxa; Depois: 49 cm de coxa; Conquista: – 44 kg com mais músculos e menos gordura (Eduardo Svezia/BOA FORMA)

Alterei radicalmente minha alimentação. Sou apaixonada por arroz, feijão, bife e macarrão. Nada disso! O almoço e o jantar agora se limitavam a uma proteína, muitos legumes e uma saladona – como não era fã dos verdinhos, colocava bastante limão para disfarçar. No café da manhã, ovo e kiwi; à tarde, frutas e castanhas; e, na ceia, um chá de erva-cidreira com mel.

Não passava fome, mas precisava de foco para não cometer deslizes. Sabia que se abrisse exceção colocaria tudo a perder. Os primeiros 15 dias são os mais difíceis, mas o segredo é ter seu objetivo em mente: quer emagrecer? Então, você precisa se esforçar!

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Na academia, voltei com mais calma, já que tinha passado muito tempo deitada e meus músculos estavam atrofiados. Um dia musculação e no outro ballet fitness – nunca dancei, mas adorei a aula! Logo já notei diferença na postura (minha dor na lombar foi embora!), no alongamento e, claro, no tônus.

Em dois meses, diminuí cinco números da calça e perdi 17 centímetros de quadril e 20 de coxa! Agora, voltei a introduzir leite, pão e macarrão na rotina, só que sem exagero. Hoje, me sinto mais disposta e com energia e não fico mais ofegante para brincar com meus filhos.”

Três dicas de Milena

1. Organize 
sua rotina

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“Aproveite os horários em que as crianças estão dormindo para fazer exercícios. Pense neles, mas também em você.”

2. Monte uma geladeira saudável

“Lembre-se de que os pequenos se alimentam com o que os adultos ensinam. Dê bons exemplos.”

3. Disfarce os sabores

“Como não gostava de salada, montava um prato bem bonito e colorido para me dar mais vontade.”

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