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Mãe perde 33 kg após saber que filha sofria bullying por causa do peso

Michele Gleice e a filha Duda, de 7 anos, passaram a se exercitar e a adotar hábitos alimentares saudáveis após a pequena sofrer bullying pelo seu peso

Por Daniela Bernardi
Atualizado em 2 Maio 2024, 12h52 - Publicado em 14 Maio 2018, 12h51
Michele Gleice
 (Eduardo Svezia/BOA FORMA)
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Ao ver minha filha de 7 anos chorando porque não aguentava mais ser motivo de piada dos amigos, eu sabia que tinha responsabilidade pelo peso dela. Era janeiro de 2015 quando eu e a Duda concordamos que, juntas, iríamos mudar a realidade de casa. Parece meio óbvio tomar essa decisão, só que, desde minha infância, eu era gordinha e nunca sofri com isso. Conseguia manter o bom humor, a Duda não.

Me arrependo profundamente por não ter caído na real antes. É fato: a alimentação dos filhos é reflexo das escolhas dos pais – e eu estava com 110 quilos! No jantar, comíamos pizza, nuggets e hot dog. Recebi inúmeras broncas dos pediatras em relação à saúde das minhas filhas (a Giovana, que tem 15 anos agora, também passou toda a infância acima do peso). Depois dos sermões, eu até jogava fora as bolachas recheadas, trocava o queijo amarelo pelo branco… Só que, após algumas semanas, voltava à velha rotina.

No dia da crise de choro da Duda, decidi acabar com as justificativas que criava para não treinar e reorganizei nossa agenda. Acordo às 4 e meia para preparar as marmitas e o café da manhã das meninas, vou trabalhar na capital e volto para Atibaia, interior de São Paulo, só às 7 da noite. Mesmo cansada, pego minha filha e seguimos para a academia, onde nos exercitamos por uma hora. Depois, só dá tempo de preparar um jantar rápido e arrumar algumas coisas para o dia seguinte.

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No começo, a academia não queria aceitar a Duda por causa da idade. Mas a endocrinologista fez uma carta de recomendação e a educadora física montou um treino especial que não coloca em risco o crescimento da criança. Logo, minha filha também entrou na natação e, quando viu que podia vencer as meninas magrinhas, ficou tão empolgada que aceitou o convite para participar da equipe de competição da escola. Enquanto isso, eu fazia hidroginástica.

Para minha surpresa, em um mês minha calça já estava larga. Comecei, então, a me arriscar no spinning e me apaixonei pela zumba. Lembro do primeiro dia de aula, em que tive receio da minha falta de coordenação. Bobagem! Ao fim, parecia que havia brincado por uma hora inteira. E, na sessão seguinte, já não estava mais encanada em acertar a coreografia. Hoje, também treino musculação para não ficar flácida à medida que perco peso – já eliminei 33 quilos e diminuí o manequim de 52 para 40!

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Mãe perde 33 kg após saber que filha sofria bullying por causa do peso

Altura: 1,74 m
Peso: 76,5 kg
Conquista: eliminou 33 kg e ajudou a filha a ter uma vida saudável

Melhor que os resultados estéticos é a evolução na nossa saúde. Minhas filhas eram pré-diabéticas, mas agora estão com os exames ótimos. Isso também é resultado da melhora na alimentação. A cada 15 dias, reservo o fim de semana para cozinhar carne moída, frango desfiado, panqueca, legumes e depois deixo tudo no congelador. Assim, à noite, temos opções práticas e, acima de tudo, saudáveis. Os temperos prontos repletos de sódio foram substituídos pelos naturais, como salsinha. Já a pizza virou caseira: compro massa integral e cubro com atum, champignon ou palmito e adiciono queijo com moderação.

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Nessa história de fazer as próprias receitas, eu e a Duda experimentamos novos sabores com frequência. Temos um combinado: ela precisa provar a comida antes de afirmar que não gosta. Foi difícil, mas, mesmo criança, minha filha abre mão de algumas guloseimas que adora. Se antes consumíamos suco em pó, agora usamos polpa congelada de frutas. O açúcar branco perdeu espaço para o demerara (deixo a Duda escolher um pacote de bolacha para durar o mês todo) e o iogurte açucarado foi substituído pelo desnatado. Sou consciente de que poderia ter evitado diversos transtornos para minhas filhas, caso seguisse um estilo de vida saudável desde o início. Mas, pelo menos agora, estamos trilhando juntas o caminho certo para ganhar qualidade de vida – aos 38 e aos 10 anos.”

3 dicas para melhorar a alimentação dos filhos

1. Seja exemplo

“Não adianta cortar os doces 
em casa e comer fast-food no almoço do trabalho. Você precisa ser espelho para as crianças.”

2. Experimente novos sabores

“Antes de falar o que vem na receita, deixe que eles a provem. Só depois conte o que o prato leva, como abóbora ou couve.”

3. Troque o sofá pelo parque

“A maioria das cidades tem locais com atividades físicas para criança. Se não tiver na sua, vale andar de bicicleta, jogar vôlei ou sair para uma caminhada.”

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