Continua após publicidade

“Depois da cadeira de rodas, hoje celebro a vida correndo”

Fabiana Ordahy, de 28 anos, conta sua história emocionante de superação e como conseguiu eliminar 20 quilos em sete meses

Por Daniela Bernardi
Atualizado em 17 fev 2020, 15h04 - Publicado em 8 out 2017, 14h11

Após um grave acidente de carro, Fabiana Ordahy perdeu os movimentos do lado esquerdo do corpo. Quando se recuperou, ela só pensava em aproveitar – e a forma com que fazia isso era sair para comer. Até que o novo namorado lhe mostrou outro estilo de vida: com saúde e esporte. Em sete meses, a gaúcha de 28 anos eliminou 20 quilos. Confira abaixo o relato dela:

“Soltei o cinto de segurança para alcançar a mochila no banco de trás. Meu amigo, que estava na direção, tinha pedido que eu pegasse seu medicamento. Ele era diabético e começava a se sentir hipoglicêmico. Quando percebi, o carro estava capotando – ele havia desmaiado. Fui parar no assento do motorista – não fazia ideia de onde meu amigo se encontrava e senti um formigamento nas pernas. Quando os bombeiros chegaram, me contaram que ele tinha falecido. Eu já não movia o lado esquerdo do corpo.

Leia mais: Blogueira faz post sobre transtorno alimentar em corpos normais

Após um mês em um hospital no interior de São Paulo, fui transferida para Porto Alegre, onde ficava na cama durante todo o dia com um colete cervical. Não sabia qual seria meu futuro: muitos médicos diziam que eu não andaria novamente. Para me distrair, minha mãe trazia pizzas e outras guloseimas escondidas. Após sete meses, voltei para casa, só que ainda na cadeira de rodas. Uma grande amiga me levava sempre para tomar sorvete. Não é de estranhar que, quando finalmente voltei a andar, estava bem acima do peso (80 quilos distribuídos em 1,60 metro) e sem nenhuma peça de roupa que coubesse em mim.

Quer saber? Nem liguei! Só pensava em encontrar os amigos e celebrar a vida. Achava que cada dia poderia ser o último. E, para mim, não existia jeito melhor de aproveitar do que comendo. Até que aquela amiga da sorveteria me convenceu a ir à academia. Entrei em pânico só de me imaginar com uma legging. Mas fui. Lá, conheci o William. Ele amava esportes e, para minha surpresa (eu estava com a autoestima muito baixa), se interessou por mim. Claro que eu não conseguia acompanhá-lo nos programas fitness. Enquanto ele corria provas com as amigas saradas, eu ficava na linha de chegada comendo salgado e esperando a galera.

Tudo mudou quando, no meio do ano passado, fizemos uma trilha e eu cansei logo nos primeiros minutos. Meu namorado teve de me puxar até o topo. Foi horrível! Não estava certo: eu que tinha de ser a guria ao lado dele, somos muito parceiros! Foi aí que impus o objetivo de emagrecer e ter mais disposição. Aboli o social (celular e conversa fiada) na academia e comecei a levar a sério os treinos como se fosse uma atleta profissional, só que no meu ritmo. Todos os dias, caminhava por uma hora na esteira. Aos poucos, introduzi alguns minutos de corrida até conseguir manter um pace acelerado por uma hora seguida.

Continua após a publicidade

Veja também: Instagram: poucos minutos na rede social já afetam a autoestima

“Depois da cadeira de rodas, hoje celebro a vida correndo”
Peso: 60 kg; Altura: 1,60 m; Conquista: voltou a andar após um acidente e perdeu 20 kg. (Arquivo Pessoal / Eduardo Svezia/BOA FORMA)

Contei muito com a ajuda da família e dos amigos. Em casa, cortamos refrigerante, açúcar e gordura – minha mãe entrou no clima e até trocou a calça 50 pela 42. Eu só saía para jantar em restaurantes que tinham salada (a galera nem me convidava mais para comer hambúrguer). Parece papinho, mas o segredo é fechar a boca. Pegava todos os recortes de receitas saudáveis – quase sempre da BOA FORMA – e montava um cardápio para a semana, assim não enjoava e nem perdia a disciplina.

Em menos de um ano, eliminei 20 quilos. Soa tranquilo, né? Mas a verdade é que só comecei a ver resultados depois de mais de oito semanas. Para manter a empolgação, me pesava de manhã e à noite, logo após a academia. Eu sei, talvez fosse só uma diferença de hidratação, mas cada grama era comemorado – precisava ter paciência porque sabia que os resultados iam compensar. Sou uma mulher mais confiante e mais bem-humorada e encontrei na corrida o prazer de celebrar a vida.”

Leia mais: Vida real: “A musculação me ajudou a lutar contra 3 cânceres”

Três dicas de Fabi para manter a determinação

1. Saia da zona
 de conforto
“Não tenha medo
 de enfrentar seus desafios. Coloque na cabeça que você pode superá-los.”

2. Comemore cada conquista
“Vale ser uma blusinha menor ou 1 quilômetro a mais corrido. Cada mudança tem seu mérito.”

3. Busque inspirações
“Você não precisa ser igual a ninguém, mas use a história de outras mulheres para motivá-la.”

Fique por dentro de tudo o que rola no mundo fitness com a newsletter da BOA FORMA

 

Publicidade
Publicidade