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Dependência do celular. Será que você corre esse risco?

Psiquiatra dá dicas de como melhorar a nossa relação com o aparelho móvel

Por Amanda Panteri
Atualizado em 19 mar 2020, 09h23 - Publicado em 19 mar 2020, 09h23
Fitness, treino, celular
 (jacoblund/Thinkstock/Getty Images)
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O celular é, muito provavelmente, a última coisa que você vê antes de dormir — e a primeira ao acordar. Como saber se é dependência do celular? Se você desconfia que está viciado no aparelhinho, já é uma dica de que a sua relação com ele não é das mais saudáveis. Quer saber quais são os outros sintomas e como aliviar essa compulsão? O psiquiatra Henrique Bottura, da Clínica de Psiquiatria Paulista e colaborador do ambulatório de impulsividade do Hospital das Clínicas de São Paulo, ajuda: 

Afinal, vício em celular realmente existe? 

Segundo o especialista, do ponto de vista formal, a ciência ainda não categorizou o problema como uma doença ou transtorno. Mas se fosse para dar uma definição, ele diria que o vício em celular é uma dependência em nível comportamental. 

Como a compulsão por apostas e jogos de azar. “Quando falamos em celular, existe um universo de vícios de acordo com cada plataforma: Whatsapp, mídias sociais e jogos online, por exemplo. E apesar de ainda não conceituarmos o vício em celular como uma doença, existem muitas evidências que indicam que podemos estar dependentes dele”, o psiquiatra explica. 

Infelizmente, é quase impossível viver sem o aparelho hoje em dia. Ele funciona como uma extensão do nosso corpo, pode tornar as tarefas diárias mais fáceis e ainda nos proteger de alguma situação de risco. É por isso que muita gente fala em (e até sente) nomofobia — “no mobile phone phobia” em inglês. Trata-se do pânico em pensar na possibilidade de ficarmos sem a tecnologia. 

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Mas quais são os sintomas do vício em celular? 

Henrique afirma que todo comportamento dependente tem três sinais muito importantes. O primeiro deles diz respeito à perda de controle. Se você vive dizendo que vai ficar mais quinze minutos no celular e, quando percebe, já passaram horas, fique atento. “É muito comum a pessoa entrar em looping. E ficar rodando entre as redes sociais mesmo depois de já ter checado todas”, diz o especialista. 

O segundo sintoma é mais uma resposta do corpo à dependência. Funciona assim: cada vez que você usa a tecnologia, sente uma satisfação imensa. O problema é que precisa de cada vez mais tempo mergulhado nela para ficar satisfeito — e se fica sem, sente uma angústia imensa. 

o terceiro sinal acontece quando você percebe que o tempo que passa no celular está te trazendo problemas (como menos momentos com a família e amigos, risco de acidentes no trânsito), mas, mesmo assim, não consegue deixar os hábitos de lado. “Vale levar em consideração o que os outros estão falando sobre o seu comportamento. Peça feedbacks de pessoas próximas a você, elas poderão te ajudar a identificar a dependência”, ressalva o especialista

Quais as consequências? 

São muitas e bem sérias. O comprometimento do sono, por exemplo, pode te deixar mais estressado, gerar dores nas costas e até te fazer comer mais, sabia?

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Depois, ainda tem as questões sociais. Como falta de tempo para encontros e festas com os amigos, perda de foco e produtividade no trabalho, diminuição da interação com pessoas a sua volta e maiores riscos de acidentes e quedas. 

Mas como resolver o problema? 

Até o médico concorda: não é preciso abandonar de vez o celular. Até porque não dá, não é mesmo? Mas é preciso adotar alguns hábitos, como desligar o aparelho antes de dormir, e não pegá-lo imediatamente ao acordar. 

“Faça a conta aproximada de quanto tempo você está passando com o aparelho. E tente diminuir aos poucos. Compre um despertador e abandone essa função no celular. Bloqueie notificações. Desse modo, você não se distrai ao receber uma mensagem”, Henrique finaliza.

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