Alimentação

Chocolates saudáveis: nutricionistas indicaram e nós testamos

Esqueça a recomendação de cortar de vez o chocolate da alimentação. Há opções boas em sabor e saudabilidade - veja quais são os preferidos da Boa Forma

por Amanda Panteri Atualizado em 12 abr 2021, 17h40 - Publicado em
7 abr 2021
09h00

Chocolate para celebrar a Páscoa, chocolate para comemorar o aniversário, chocolate de presente para traduzir o nosso amor por alguém. Quem não ama essa delícia? Nós, da BOA FORMA, adoramos! Longe das dietas restritivas e dos abusos, buscamos com nutricionistas indicações de chocolates saudáveis que são também um afago para o paladar. Sim, o desafio (delicioso) era combinar saudabilidade e sabor.

Chocolates saudáveis começam no cacau

O chocolate é composto, basicamente, de cacau em pó, manteiga de cacau e açúcar. De acordo com a Anvisa, para poder ser chamado assim, um alimento precisa ter, no mínimo, 25% de sólidos totais de cacau. E aí, quanto maior a porcentagem, mais amargo (geralmente acima dos 50%).

ANVISA determina:

“Chocolate é o produto obtido a partir da mistura de derivados de cacau (Theobroma cacao L.), massa (ou pasta ou liquor) de cacau, cacau em pó e ou manteiga de cacau, com outros ingredientes, contendo, no mínimo, 25 % (g/100 g) de sólidos totais do fruto.”

O fruto vem do cacaueiro e suas sementes precisam passar por processos de secagem e torra para, por fim, serem transformadas nas matérias-primas que originam o doce amado.

Mas outros itens também garantem os diferentes tipos de chocolate que conhecemos. A versão ao leite tem também maiores concentrações de gorduras e açúcar. Já o branco e o hidrogenado, por outro lado, não têm massa de cacau — por isso, muita gente defende que eles nem poderiam entrar na categoria.

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(Arte: Victoria Daud/BOA FORMA)

Chocolate sem arrependimento

Você já se perguntou por que as pessoas amam tanto o alimento? As explicações variam. Primeiro, vale lembrar que a maioria das marcas enche seus produtos de açúcares e gorduras, o que ativa o sistema de recompensa cerebral (como acontece com qualquer sobremesa). “O chocolate promove a sensação de prazer. E o corpo memoriza essa relação, pedindo cada vez mais”, afirma a nutricionista Marina Nogueira, do canal @naocontocalorias.

Biologicamente falando, funciona mais ou menos assim: quando a gente se delicia com o doce, a parte mais primitiva do nosso cérebro, localizada na região central, manda um neurotransmissor (a dopamina) para o córtex pré-frontal, avisando que coisa boa está por vir.

Aí, a sensação de bem-estar aparece. “O córtex pré-frontal, então, fica com o papel de enviar sinais de saciedade”, complementa a especialista. O problema é que, quando passamos por dietas muito restritivas ou excessivas, a região fica prejudicada, e pode não entender que já é hora de parar.

Sem culpa

O arrependimento depois de comer mais do que deveríamos infelizmente é bem comum quando se trata de chocolate (e doces no geral). Mas não é saudável. “Pode ser um sinal de que estamos usando a comida para tentar lidar com as emoções. O que não é necessariamente ruim — não tem problema pegar um bombom para se sentir melhor, por exemplo —, desde que você busque paralelamente o tratamento correto para lidar com a causa do problema. No mais, minha dica é: alimente-se em paz e sem culpa!”, aconselha Marina. O mais recomendado pelos especialistas é consumir cerca de 30g por dia (um quadradinho ou bombom).

Além disso, há a presença de um aminoácido chamado triptofano no alimento, responsável pela produção de serotonina. A substância contribui para equilibrar diversas funções do nosso organismo, incluindo a qualidade do sono, a temperatura corporal e o humor.

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Simbologia por trás do chocolate

Não podemos nos esquecer do fator cultural. Afinal, o chocolate não está presente somente na Páscoa. Ele está em datas românticas (Dia dos Namorados), o utilizamos em demonstrações de carinho e afeto, ou até lançamos mão dele como indulgência para nós mesmos (“meu dia foi muito cansativo, eu mereço um pedaço…”).

“O chocolate conecta as pessoas. Já faz parte da nossa cultura e até comportamento”

Marina Nogueira

“Sem contar que é economicamente acessível, fácil de manipular e muito menos perecível do que um pedaço de torta, por exemplo”, lembra Marina, que também ressalta que o cacau tem um papel muito importante para o Brasil. “O país é o sétimo maior produtor do fruto no mundo.”

O chocolate tem outras vantagens além de deixar nosso coração mais quentinho. Elas vêm, sobretudo, do cacau, que é rico em flavonoides — até mais que o chá verde, afirmam os especialistas.

Esses polifenois possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Ou seja, combatem os radicais livres do corpo — moléculas associadas ao envelhecimento precoce e a maiores chances de doenças crônicas. “Pesquisas falam até em diminuição da pressão arterial e dos riscos de AVC (acidente vascular cerebral)”, reforça o nutricionista Marco Quintarelli (@marco_quintarelli_nutri).

A cafeína é outro composto químico presente no cacau. “Ela tem ação direta no sistema nervoso e age como um estimulante. Por isso, vale consumir o chocolate no pré-treino ou como lanchinho da tarde, em momentos que você quer garantir energia extra”, diz a nutricionista Adriana Stavro (@nutriadrianastavro). Já quem costuma ter dificuldade para dormir, deve evitar a ingestão do alimento à noite, uma vez que ele pode atrapalhar o sono (dependendo da quantidade).

Outros estudos citam também boas concentrações de magnésio (um relaxante muscular). Mas lembre-se: todos esses benefícios são mais encontrados nas versões amargas (se acima de 70%, melhor ainda). “Quanto maior a porcentagem, menos açúcares e gorduras ele costuma ter. Isso potencializa a absorção dos nutrientes e evita picos de glicemia”, explica Adriana. Ela também costuma priorizar as versões orgânicas — livres de agrotóxicos.

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Chocolates brasileiros que valem o investimento

Em matéria de chocolates saudáveis, todos os especialistas concordam: quanto mais cacau e menos açúcar e gordura, melhor. E uma marca que traz boas quantidades de massa de cacau é a AMMA — suas barras contém 60%, 70%, 75% e até 100%! E tudo orgânico.

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(AMMA/Reprodução Instagram)

Eles não só fabricam o chocolate, como também produzem o próprio fruto no Sul da Bahia — em um cultivo totalmente orgânico, biodinâmico e sustentável, com o intuito de integrar e preservar a Mata Atlântica ao redor.

Na boca, o resultado é incrível. “Os grãos são selecionados e todas as etapas são feitas pensando na qualidade de plantio, processo, tratamento e fermentação. Essa qualidade começa, inclusive, nas condições de trabalho e no respeito a quem cuida da terra”, afirma Diego Badaró, mestre chocolateiro da AMMA e CEO da empresa.

A barra Nibirus 75% chamou a atenção da redação. Ela contém nibs de cacau em sua composição (e açúcar, apesar de orgânico). “A intensidade do chocolate 75% é reforçada com ainda mais intensidade dos nibs. O sabor que marca presença e a textura crocante pedem para você comer mais um pedaço”, afirma a repórter Amanda Panteri, depois de provar. “O cacau é o principal ingrediente do chocolate no produto. O que é ótimo, pois o torna rico em antioxidantes”, explica a nutricionista Roseli Ueno Ninomiya (@roseli_ueno).

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Para os públicos com necessidades específicas na alimentação, há cada vez mais produtos nichados. É o que acontece com os celíacos, que precisam evitar o glúten; com os intolerantes à lactose, que não podem ingerir a substância presente no leite; com os diabéticos, que seguem dietas com restrição de açúcar; e com os veganos, que não consomem produtos de origem animal.

Por isso, com ajuda profissional, selecionamos algumas opções de marcas. É só você escolher qual se encaixa melhor no seu cardápio e se deliciar:

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Testamos

1 – Ao Leite Zero, Linea

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(Linea/Divulgação)

Adoçado com sucralose, que tem 600 vezes mais dulçor que o açúcar, mas sem as suas calorias, a versão da Linea é uma boa pedida para quem precisa diminuir o consumo do ingrediente.

O fabricante garante que ele é livre de glúten e gorduras trans — e também tem na versão ovo de Páscoa! “O leite em pó integral na formulação reforça a dose de cálcio que precisamos diariamente (faz bem para os ossos). Já a fibra solúvel (polidextrose) dá mais saciedade e tem propriedades prebióticas (ajudam no crescimento das bactérias boas do intestino)”, diz Roseli.

Ele possui colágeno, mas a especialista diz que em quantidades mínimas. “O que mais surpreendeu foi o sabor, bem parecido com as versões açucaradas. E sem aquele gostinho residual de adoçante”, diz a repórter Amanda Panteri.

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2 – Bombons com recheio de marshmallow, Goldko

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(Goldko/Divulgação)

Essa dica é para quem gosta de algo mais funcional. Além de não conter glúten e adição de açúcares, a guloseima é rica em albumina (proteína da clara do ovo) e fibras, o que a torna proteica e com poder saciante. São 38 calorias por unidade. “Coloquei na boca e logo pensei nas festas de criança: o marshmallow docinho me lembrou a infância!”, Amanda Panteri. 

“Uma boa opção para quem não pode ingerir açúcar. Mas cuidado: não deve ser consumido por pessoas com alergia ao ovo e intolerância à lactose, porque possui os dois itens”, recomenda Roseli. 

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3 – Healthy Bites

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(Healthy Bites/Divulgação)

O cardápio da Healthy Bites é caprichado nos recheios: tem de brownie, doce de leite, pão de mel… Todos os itens são low carb, sem glúten ou lactose. “A textura molhadinha do recheio de pão de mel me surpreendeu”, afirma a editora Helena Galante depois de provar.

“Eu, particularmente, adoro os produtos deles. O chocolate é 50% cacau, não é adoçado com açúcar e não contém glutén. Mas tem caseína, o que pode ser um problema para os intolerantes à lactose”, afirma a nutróloga Fernanda Cortez (@drafernandacortez).

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4 – Native

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(Native/Divulgação)

A Native oferece três opções de chocolate orgânico no portfolio: 50%, 75% e 80% cacau (coletado no Sul da Bahia). “Possui um cheiro bem marcante do fruto e uma cor escura. Na hora em que você morde, já sente o sabor intenso”, diz Amanda Panteri.

“Ele é bom pelas opções de teor de cacau que apresenta, por ser orgânico, não conter glúten e lactose. Mas tem uma concentração relativamente alta de açúcar”, explica Fernanda.

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5 – Chocolate 80% cacau, FIT FOOD

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(FIT FOOD/Divulgação)

A marca tem três versões: 80% cacau (que leva açúcar), 70% adoçado com stévia e 70% com colágeno (também contém açúcar). Todos são fontes de fibras. “No geral, eles têm um aroma bem marcante e gostoso. O amargor é intenso na medida certa e a cor das barras, bem brilhante. A versão com stévia lembrou um pouco o aroma de coco — não que isso seja uma coisa ruim!”, diz Helena Galante, editora-chefe da Boa Forma.

“Ele é 80% cacau, o que significa que tem boas concentrações de substâncias antioxidantes. Porém, ele também contém açúcar”, ressalta a nutróloga Fernanda.

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6 – Bombons Flormel

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(Flormel/Divulgação)

São tantas as opções saudáveis da marca (a maioria delas com taumatina no lugar do açúcar, um adoçante natural), que fica difícil escolher. Ganharam destaque entre a redação os bombons veganos (72% cacau e branco com cranberry). Os dois levam stévia, que assim como a taumatina, também é natural. “E não deixam o gosto residual do adoçante na boca. O cranberry, por exemplo, dá leveza cítrica para o doce do chocolate branco. Já o 72% cacau traz amargor na medida certa. Todos com o tamanho ideal para matar a vontade de um chocolatinho!”, afirma Amanda Panteri.

“A versão amarga possui muitos antioxidantes. E a stévia é uma ótima opção de adoçante”, complementa Fernanda.

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7 – Chocolate 50% Cacau com Recheio de Avelã, Luckau

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(Luckau/Divulgação)

Sem glúten, leite e derivados, soja e açúcar. Mas com sabor de sobra: o recheio (uma combinação de avelã e proteína de ervilha para garantir a textura cremosa) escorre nos lábios e deixa a gente querendo mais.

Só é preciso prestar atenção nas calorias: uma única unidade (20g) contém cerca de 100. “A embalagem é linda e funciona muito bem para presentear alguém. Para quem adora a combinação chocolate com avelã, ele faz sucesso”, Amanda Panteri.

Possui boas quantidades de cacau. Só deve ser evitado por pessoas com alergia a amendoim, castanhas e leite. O colágeno também está presente na composição, mas em proporções mínimas”, afirma Roseli. 

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8 – Cacau Pops Zero, Mundo Verde

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(Mundo Verde/Divulgação)

Snack vegano, sem glúten com zero adição de açúcares, composto por flocos de arroz cobertos de chocolate à base de soja (para substituir o leite da composição). Cada pacotinho tem 40 gramas do alimento e cerca de 200 calorias. A marca, aliás, foi vencedora do Top of Wellness 2020, prêmio realizado pela revista Veja Saúde em parceria com a Boa Forma. “Lanchinho rápido e prático, salva as tardes mais atarefadas. E é uma delícia: o chocolate é de qualidade e cobre floquinhos bem crocantes de arroz. Mistura de doçura e crocância!”, Amanda Panteri. 

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*Os produtos testados foram selecionados pelo time de Boa Forma e enviados por suas respectivas assessorias, sem envolvimento de cachê.

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Esse especial faz parte da edição de abril de 2021 de Boa Forma,
que traz a ex-ginasta olímpica e influenciadora esportiva Daiane dos Santos em sua capa.
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