Se você é usuário do TikTok, provavelmente já se deparou com algum vídeo da trend do eletroestimulador, onde as pessoas apareciam tentando beber um copo d’água enquanto o dispositivo ficava ativado, prometendo um desafio divertido. Porém, por trás da aparente diversão, usar o aparelho pode oferecer alguns riscos.
De acordo com Renato Carvalho, CEO do Grupo Relaxmedic, usar para esses desafios com eletroestimuladores é não compreender os riscos envolvidos ao combinar os dispositivos com água, tão pouco os perigos do uso de produtos não regulamentados pela Anvisa e Inmetro. “Agora, mais do que nunca, é urgente conscientizar sobre os perigos dessa brincadeira”, ele alerta.
Mas então, qual é a real função dos eletroestimuladores e como eles devem ser usados? A seguir, a fisioterapeuta e consultora da Relaxmedic, Ana Cristina de Souza, explica.
O que é e para que serve o eletroestimulador?
Em meio ao fascínio que o produto causou no TikTok, a função principal dos eletroestimuladores não ficou clara, uma vez que eles têm inúmeros benefícios para a saúde e é para isso que devem ser usados.
“É um dispositivo projetado para alívio da dor e estimulação muscular. Ele age direto no foco da dor, emitindo estímulos elétricos que bloqueiam as mensagens enviadas para o cérebro”, explica Ana Cristina.
E completa: “É um método não invasivo, não toxico, que não causa dependência física ou psicológica e não apresenta efeitos colaterais”.
Segundo a profissional, o eletroestimulador é ideal para melhorar o desempenho muscular de praticantes de esportes e para aliviar quadros de dores agudas ou crônicas causadas por fibromialgia, hérnia de disco, lombalgia, cervicalgia, gota, artrite, artrose, tendinite e outros fatores que podem causar dores no corpo, como a rotina diária.
Como deve ser usado?
Para usar o eletroestimulador, basta direcionar os estímulos para a região do corpo mais dolorida, como pescoço, ombros, costas, lombar, braços, cintura, abdômen, pernas, panturrilhas, nádegas, mãos e pés. Nesse momento, provavelmente você sentirá um alívio imediato.
“Você pode usar quantas vezes achar necessário, não há limites de uso enquanto estiver confortável”, afirma a fisioterapeuta. “Porém, se não estiver confortável, é melhor encerrar o tratamento, pois não está mais trazendo benefícios ao corpo”, completa.
É importante lembrar que, durante o uso do produto, há uma corrente elétrica passando pelo corpo, causando diferentes reações no organismo, como a movimentação muscular involuntária que fez com que o produto se tornasse trend. “É preocupante ver um aparelho tão poderoso virando brincadeira no TikTok”, ressalta Ana Cristina.
Atenção às contraindicações
Segundo a profissional, existem algumas contraindicações para o uso de eletroestimuladores que devem ser respeitadas. São elas:
- Em pacientes que tenham marca-passo cardíaco, desfibrilador implantado ou outro dispositivo metálico ou eletrônico implantado, porque os estímulos elétricos podem interferir no funcionamento dos dispositivos;
- Em quadros de apendicites, gastralgias (dor de estômago), hepatite etc;
- Grávidas, principalmente no primeiro trimestre;
- Crianças ou pessoas incapazes de expressar sua própria consciência, ou hipersensíveis, pois pode machucar;
- Cólicas, sem ter certeza de que é menstrual;
- Uso simultâneo com equipamentos cirúrgicos de alta frequência;
- Aplicação nas mucosas;
- Qualquer caso não diagnosticado anteriormente por um médico.
Diante das contraindicações, é importante ressaltar que, para evitar qualquer complicação, o recomendado é consultar um médico antes de iniciar o uso do eletroestimulador, especialmente nos casos de:
- Doença aguda;
- Tumor maligno;
- Doença infecciosa;
- Gravidez;
- Disfunção cardíaca;
- Febre alta;
- Pressão arterial anormal;
- Distúrbios sensoriais da pele ou problemas de pele;
- Incapacidade de expressar sua própria consciência;
- Em tratamento médico, principalmente os que sentem desconforto, isso pode causar acidente ou problemas de saúde;
- Cólicas, sem ter certeza de que é menstrual.