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Redes sociais geram ansiedade?

Doutora em psicologia esclarece como as mídias sociais podem prejudicar a saúde mental quando utilizadas sem equilíbrio

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 19 out 2023, 13h33 - Publicado em 29 dez 2022, 15h00

Você checa as redes sociais com qual frequência? Muitas pessoas costumam parar tudo o que estão fazendo quando surge uma notificação no celular para verificar o que está acontecendo.

A princípio, esse hábito pode até parecer inofensivo, porém, quando as mídias sociais são utilizadas além da medida, alguns problemas podem surgir, por exemplo, a ansiedade.

“As redes sociais geram ansiedade pelo excesso de conexão sem a presença do outro como pessoa, o que por si só seria uma espécie de mediação. Algumas experiências comuns da convivência humana vão sendo, praticamente, substituídas pelas telas. Também há uma profusão de informações que nem sempre conseguimos digerir ou, que de fato, servem para o dia-a-dia. “, conta a doutora em psicologia Blenda Oliveira.

O uso desenfreado das redes sociais pode gerar ansiedade tanto em adultos quanto em crianças e adolescentes. Entretanto, isso acontece, principalmente, nos adolescentes e adultos, pois os ambientes digitais promovem apenas aspectos fragmentados da vida das pessoas, com imagens sempre de felicidade e sucesso, o que, muitas vezes, não corresponde à realidade. Essa faixa etária também tem mais elementos para a comparação de vidas.

“As redes sociais impõem um ideal. Você vê ali pessoas e fotos incríveis, se compara com aquilo e não considera sua própria realidade e nem sabe o que acontece nos bastidores da vida daquelas que aparentam felicidade na rede. Cuidado com isso, tenha mais tempo para o real”, alerta.

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Blenda lembra que jogos e redes em excesso acabam por expor as crianças à violência e até mesmo a conteúdo de caráter sexual. Logo, os pais devem acompanhar de perto e impor limites.

Além disso, ela enfatiza a importância de ter interações pessoais com os outros sem a interferência de telas. “Quando a conexão virtual prevalece em detrimento da presença, a perda é maior do que se imagina”, diz.

 

Tempo de uso das redes

O tempo de uso das redes é outro ponto que necessita de atenção, segundo a especialista. Quando uma pessoa já acorda checando o celular ou vai dormir com o celular ao lado, o sono pode ser prejudicado. Esse pode ser um sinal de que ela está utilizando as redes socias demasiadamente, o que reflete traços de dependência e ansiedade.

A busca excessiva de conexão pode estar associada à necessidade de informação, o chamado Fear Of Missing Out (FOMO), que significa “medo de perder as novidades”. “O FOMO também pode gerar ansiedade, pois nunca conseguiremos estar 100% informados o tempo todo”, afirma.

 

Como se proteger?

Para proteger a sua saúde mental das redes sociais, a doutora em psicologia lista quatro dicas, destacando que é fundamental ter senso crítico.

  1. Aprenda a escolher os conteúdos;
  2. Evite páginas que sinalizem mal estar desnecessário;
  3. Busque conteúdos de qualidade e que possam contribuir para a aprendizagem;
  4. Tenha claro que cada um tem a capacidade de escolha para fazer buscas que acrescentem.

 

Detox digital

Em seu livro “Fazendo as pazes com a ansiedade”, publicado pela Editora Nacional, a psicoterapeuta conta que é praticamente impossível não sentir ansiedade nos tempos modernos, uma vez que estamos expostos à muita informação.

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“O que pode mudar de uma pessoa para outra é o grau, a intensidade de sensações e sintomas. Hoje, com o avanço da tecnologia e a quantidade de informações que recebemos, é impossível você não se sentir confuso ou até pressionado para fazer uma escolha”, esclarece.

Então, no livro, Blenda aconselha fazer um detox digital, ou seja, separar algumas horas do dia para deixar o celular de lado e focar em outras tarefas que promovem o autocuidado.

“Quando se trabalha diretamente no celular, é desafiador, mas há a possibilidade de, em momentos com amigos, namorada ou namorado, filhos e filhas, ou outros encontros, o celular ficar desligado ou no modo avião”, declara.

A doutora em psicologia faz uma série de recomendações para quem deseja desapegar das telas e das redes sociais:

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1. Duas horas antes de dormir, desligue o celular ou deixe-o apenas com uma música que acalme, se não conseguir mantê-lo distante;

2. Retire os avisos de notificação;

3. Crie consciência e bom senso para o uso;

4. Desenvolva um plano para estabelecer um horário com aplicativo de bloqueio;

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5. Não tenha pressa em responder tudo e todos.

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