Na semana passada, a atriz Isadora Cruz, que interpretou a protagonista Candoca na novela “Mar do Sertão”, da TV Globo, contou por meio de uma publicação no Instagram que teve que ser internada após sentir fortes dores e ser diagnosticada com pielonefrite aguda. Na legenda, ela relatou seus sintomas e fez um alerta a respeito da doença.
“Estava há alguns dias sentindo uma dor nas costas, que achava que era uma simples dor muscular. Tentei algumas terapias e a dor persistia, mas como estou em um ritmo intenso de trabalho, pensei que fosse uma tensão normal e fui seguindo minha vida achando que estava tudo bem. Até que acordei domingo passado queimando de febre, com calafrios e a dor, que era antes só na lombar, se espalhou por todo abdômen até irradiar para as pernas ao ponto de não conseguir nem andar“, iniciou.
“Senti a necessidade de fazer este post para alertar, principalmente as mulheres, que têm a anatomia favorável a essas infecções, pelo fato da uretra ser naturalmente mais curta. É uma doença que muitas vezes pode ser silenciosa e, se não tratada adequadamente, pode desencadear insuficiência renal crônica ou em casos mais graves, a infecção pode se espalhar pelo corpo e causar falência múltipla de órgãos“, completou.
Nesta segunda-feira (24), Isadora revelou que, apesar de ter apresentado uma melhora em seu quadro de saúde e recebido alta da primeira internação, voltou a experimentar os desconfortos e teve que retornar ao hospital.
“Tive uma recaída na sexta (21), voltei a sentir bastante dor. Agora estou a caminho do hospital para refazer os exames e investigar o que pode estar acontecendo”, disse.
Confira:
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A PIELONEFRITE AGUDA
Na maioria das vezes, causada por bactérias que sobem da bexiga para os rins, a pielonefrite é uma doença inflamatória infecciosa que acomete o parênquima renal, onde se localizam as estruturas funcionais produtoras de urina, e a pelve renal, porção dilatada do rim.
“A bactéria penetra no organismo pela uretra, alcança a bexiga, sobe pelos ureteres e se instala em um ou nos dois rins, comprometendo seu funcionamento”, fala a Dra. Caroline Reigada, médica nefrologista, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
A doença pode ser aguda ou crônica e, em ambos os casos, há o risco de evoluir para uma lesões mais graves e até mesmo irreversíveis nos rins. A diferença entre a aguda e a crônica é que a primeira surge de uma hora para outra, enquanto a segunda tem relação com causas subjacentes, por exemplo, diabetes ou cálculos coraliformes.
“Nesse caso, as infecções agudas repetidas ou mal curadas fazem os rins perderem sua capacidade de funcionamento aos poucos, levando à falência”, diz a especialista.
SINTOMAS
Seus sintomas mais comuns são:
- febre;
- calafrios;
- sudorese;
- naúseas;
- vômitos;
- dor lombar e pélvica, no abdômen e nas costas;
- urgência e dor para urinar;
- presença de pus e de sangue na urina;
- mal-estar.
DOENÇA ATINGE MAIS AS MULHERES
Devido à razões anatômicas, a pielonefrite afeta mais as mulheres do que os homens. “O tamanho da uretra feminina (3 cm) é muito mais curto do que a masculina (mede por volta de 12 cm) e está localizada próxima ao ânus, posição que favorece a entrada de micróbios especialmente durante o ato sexual”, pontua a Dra. Caroline.
Ainda de acordo com a nefrologista, pacientes com pedra nos rins, gravidez, malformações anatômicas, uso prolongado de cateteres urinários, sistema imunológico debilitado, refluxo vesicuretral, diabetes, rins policísticos e cistites de repetição também têm maiores chances de sofrer com o problema.
TRATAMENTO
A pielonefrite tem cura e seu tratamento envolve a administração de antibióticos. Conforme explicado pela nefrologista, é importante que os medicamentos sejam iniciados assim que a hipótese de infecção nos rins for levantada, a fim de impedir que o agente infeccioso provoque lesões permanentes nesses órgãos ou se espalhe por todo o corpo, resultando em falência de múltiplos órgãos. “Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser indicados para alívio da dor”, acrescenta.
PREVENÇÃO
Para evitar a pielonefrite, alguns cuidados são indispensáveis, entre eles:
- beber bastante água;
- urinar sempre que sentir vontade;
- higienizar sempre e corretamente a área íntima (de frente para trás);
- fazer xixi logo após a relação sexual.
“Não se automedique nem suspenda o uso da medicação sem antes ouvir o que seu médico tem a dizer”, conclui.