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Pasta de dente em pó e porque os dentistas não indicam

Usadas como uma alternativa sustentável ao creme dental padrão, o pó dentário ainda divide opiniões entre especialistas

Por Amanda Ventorin
1 set 2021, 12h48
pasta de dente em pó e escovas de bambu
 (Karolina Grabowska/Pexels)
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Você já ouviu falar sobre pasta de dente em pó? Vista como uma alternativa sustentável ao creme dental (cujo tubo demora 450 anos para decompor), ela é normalmente composta por princípios ativos naturais e ou orgânicos como carvão ativado, menta, canela, bicarbonato de sódio, mistura de ervas ou cascas secas e trituradas.

A pasta de dente em pó substitui a pasta de dente ou gel dental com a função de proporcionar um sabor agradável após a higienização e ajudar a eliminação do excesso de bactérias bucais como em todo o processo de escovação.

Os produtos mais conhecidos são os que prometem ter uma ação anti-inflamatória ou clareadora a base de carvão ativado.

“Existem muitos tipos hoje à venda, com sabores como de especiarias ou refrescantes e também com indicações, por exemplo, para adultos, crianças e para clareamento. Isso deve ser bem observado e deve-se tomar cuidado pra que não ocorra danos a superfície dental” explica Cláudia Christianne Gobor, cirurgiã dentista.

POSSÍVEIS DANOS

Os danos a superfície dental que a profissional menciona se dá pelo fato de que o carvão ativado — muito usado como uma alternativa “natural” de clareamento — é extremamente corrosivo e abrasivo.

Ele desgasta a superfície do dente (esmalte dentário) gerando essa sensação de clareamento dentário e na verdade pode estar provocando um hipersensibilidade dentária e irritação na mucosa.

PERIODICIDADE

Cláudia ressalta que a pasta (ou pó) dental deve conter componentes bioativos e bactericidas para uma melhor ação. “Mas devemos lembrar que a proteção da saúde bucal deve ser feita com uma higienização correta, o que inclui escovação ideal, seja ela com o pó dental ou com outro veículo, uso do fio dental e se for o caso, enxaguante”.

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INDICAÇÃO CONTROVERSA

A empresária e dentista Patrícia Baptista tem uma opinião dividida: “Na minha opinião, ele até pode substituir a pasta dental, pois sua composição é natural e teoricamente não oferece riscos, mas é muito importante que seja feita uma boa escovação, e não seja deixado de lado o uso do fio dental. Mas é importante lembrar que esses pós dentais não possuem base científica e estudos que comprovem a eficácia, por isso eu não os indico para meus pacientes.”

Henrique Lanat, dentista da clínica Dr. André Braz, é mais incisivo e não acha que são bons produtos: “Além de não trazer benefícios, ainda pode acabar sendo prejudicial a saúde da cavidade oral. Vale ressaltar que tais produtos não tem nenhum artigo cientifico publicado”, ele fala, concordando com Patrícia.

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