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Outubro Rosa: como prevenir o câncer de colo uterino?

Segundo o INCA, este é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 13 out 2022, 19h36 - Publicado em 13 out 2022, 18h45
Mulher desfocada ao fundo segurando um laço rosa
 (Thirdman/Pexels)
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A campanha do Outubro Rosa tem o objetivo de promover a conscientização a respeito do câncer de mama e, recentemente, passou a falar do câncer do colo de útero em sua iniciativa, destacando a importância do diagnóstico precoce e da prevenção.

De acordo com dados do relatório anual do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres, sendo que, em 2022, foram estimados 16.710 casos novos.

O câncer de colo uterino consiste em um tumor maligno que se desenvolve na parte do útero que está no fundo do canal vaginal. “Esse câncer é um dos tumores mais frequentes em ginecologia”, enfatiza Mauricio Abrão, ginecologista, professor de ginecologia da FMUSP e presidente da Associação Americana de Ginecologia Laparoscópica (AAGL).

“A principal causa consiste na infecção por subtipos do vírus HPV e a transformação de células normais para células tumorais em decorrência da ação gradativa do vírus”, destaca João Siufi Neto, cirurgião oncológico na Clínica Medicina da Mulher.

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PREVENÇÃO

Mão com vacina
(Artem Podrez/Pexels)

Segundo o Dr. João, o vírus HPV é um agente carcinogênico, pois, ao serem infectadas por ele, as células normais do colo uterino podem sofrer mutações que, se não identificadas e combatidas pelo sistema de defesa do organismo, podem causar a formação de um tumor maligno no colo uterino. “Os subtipos do vírus com maior ação carcinogênica são o 16 e 18”, informa ele.

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Diante disso, a vacina do HPV é fundamental na prevenção do câncer de colo de útero. “A vacina do HPV inclui os principais subtipos causadores de câncer de colo uterino e representa um importante avanço na prevenção da doença. Em países com alta cobertura vacinal, a expectativa é de que a doença deixe de ser um problema relevante de saúde pública nos próximos 20 anos”, destaca o especialista.

Além da vacina do HPV, outras atitudes são fundamentais quando o assunto é a prevenção da doença, como a realização dos exames preventivos anuais.

“A prevenção requer duas ações principais: comportamento responsável e vacinação para HPV. Além disso, importante ressaltar que toda mulher que iniciou atividade sexual necessita de exames preventivos anuais, a fim de que lesões pré-cancerígenas possam ser identificadas e tratadas, conferindo chance de cura de 100%”, conta.

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“O principal fator de risco é a exposição ao vírus HPV. Além disso, a exposição sexual a múltiplos parceiros é fator relevante atualmente, uma vez que tal comportamento aumenta as chances de contaminação pelo HPV. O tabagismo também pode ser considerado fator de risco para a doença”, acrescenta o Dr. João.

SINTOMAS

Especialmente em casos iniciais, o Dr. João Siufi Neto relata que o tumor não manifesta sintomas. Entretanto, alguns aspectos devem ser observados pelas mulheres.

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“É necessário que a mulher fique atenta a sangramentos anormais, dores durante ato sexual, dor pélvica e corrimento vaginal anormal. Em casos avançados, os sintomas antes referidos costumam ser proporcionalmente mais intensos”, afirma.

DIAGNÓSTICO PRECOCE

Útero
(cottonbro/Pexels)

Para identificar o tumor, é feita a biópsia de lesões suspeitas que podem ser notadas durante o exame ginecológico de rotina. Entretanto, outros exames podem ajudar no diagnóstico. “Pode existir o auxílio de exames complementares como a colposcopia, que permite identificação de lesões não visíveis macroscopicamente”, enfatiza o cirurgião ginecológico.

Em relação às chances de cura, o médico esclarece que elas variam conforme o estágio em que a doença é identificada. Por essa razão, o diagnóstico precoce é relevante para combater o câncer de colo uterino.

“As chances de cura variam conforme o estágio em que a doença é identificada. Casos iniciais têm chance de cura superior a 90%”, inicia. “Quando a doença é identificada em estágio avançado e sem possibilidade de cirurgia, as chances de cura diminuem, mas tudo depende da avaliação criteriosa por meio de exame clínico e exames de imagem”, completa.

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“O diagnóstico precoce é importante e com os exames de prevenção, que são hoje rotineiros, você consegue detectar o tumor ainda no caminho”, conclui o Dr. Maurício Abrão.

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