No último episódio da primeira temporada de seu podcast, C/Alma, a modelo Mariana Goldfarb revelou que fez o procedimento de congelamento de óvulos.
“É uma delícia porque dá liberdade e autonomia. Não abro mão de ser mãe. Acho que todas as mulheres deveriam congelar. Quanto mais nova, melhor é. Se eu pudesse, teria congelado antes. Não é doloroso.”, afirmou ela, que é esposa de Cauã Reymond.
Mariana também contou que as injeções diárias de hormônio que teve que tomar por causa do procedimento afetaram o seu humor.
“Você toma hormônio para que o seu corpo fabrique muitos óvulos para que você possa retirá-los. Só que esse processo envolve injeções de hormônios. Isso varia de mulher para mulher, mas mexe muito com a nossa cabeça. Eu fiquei muito sensível, muito irritada, eu só chorava”, declarou.
O congelamento de óvulos realmente é uma das melhores estratégias para preservação da fertilidade para as mulheres que querem adiar a gestação por motivos pessoais, emocionais, profissionais ou financeiros. Isso porque a idade é um aspecto importante quando o assunto é fertilidade.
“A queda na fertilidade feminina após os 30 anos e de forma mais acentuada após os 35 anos é decorrente do fato da mulher já nascer com todo o estoque de óvulos que será utilizado durante toda a vida reprodutiva. Ao longo do tempo, ocorre a queda da quantidade e da qualidade dos óvulos, dificultando a gestação e aumentando o risco de abortos espontâneos”, pontua o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo.
Como funciona a técnica?
A criopreservação é uma técnica de congelamento que pode ser feita em óvulos, tecido ovariano, espermatozoides e embriões, de acordo com o médico.
“Na temperatura de -196ºC, esses organismos mantêm seu metabolismo completamente inativado, mas preservando um desenvolvimento potencial e viabilidade. Muitos casais precisam preservar os gametas por se depararem com a impossibilidade imediata de maternidade ou paternidade, seja por escolha ou por circunstâncias adversas”, explica ele.
O óvulo é a maior célula do corpo humano e contém uma grande quantidade de água. Segundo o médico, por esse motivo, ao submeter essa célula reprodutiva em baixas temperaturas, ocorre a formação de cristais de gelo que podem destruí-la.
“Com o passar dos anos, aprendemos que devemos desidratar o ovo e substituir a água por um ‘anticongelante’ antes do congelamento para evitar a formação dos cristais de gelo”, esclarece.
Com a intenção de estimular a produção de óvulos para que seja realizado o procedimento, a mulher precisa utilizar uma injeção de hormônio.
“Quando a paciente está pronta para tentar a gravidez (pode ser vários anos depois), os óvulos são descongelados, injetados com um único espermatozoide para obter a fertilização e transferidos para o útero como embriões”, fala o Dr. Rodrigo.
“Importante frisar que, de acordo com a recente Resolução Nº 2.294 do Conselho Federal de Medicina, quanto à criopreservação, ou o congelamento, o número total de embriões gerados em laboratório não poderá exceder a oito. Antes não havia essa limitação”, completa.
O medico diz que o ideal é que a técnica seja feita até os 35 anos para que as taxas de sucesso sejam maiores.
“Porém, é possível congelar os óvulos até 41 ou 42 anos. Após os 43 anos, a probabilidade de o óvulo gerar um bebê é muito reduzida. Não é impossível, mas talvez o custo-benefício já não valha tanto a pena. Resumidamente, o ideal é congelar os óvulos até os 35 anos, mas, recomenda-se que qualquer mulher que possua o desejo de engravidar a longo prazo congele os óvulos, mesmo que tenha uma idade avançada, até os 43 anos. A partir dos 44 anos já não é mais recomendado”, informa o especialista em reprodução humana.