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Hipotireoidismo e hipertireoidismo: conheça a diferença entre os problemas

As duas disfunções da tireoide podem ocasionar alteração de peso e humor

Por Marcia Di Domenico (colaboradora)
Atualizado em 8 Maio 2024, 10h20 - Publicado em 10 abr 2021, 09h00

As mulheres são o público-alvo dos principais problemas que afetam a tireoide. Para cada dez diagnosticadas com hipotireoidismo, apenas um homem tem a doença.

A ciência ainda não entrou em um consenso sobre o porquê dessa predominância no sexo feminino, mas sabe-se que a incidência de problemas na tireoide cresce à medida que você passa dos 30 anos, devido às oscilações hormonais. As causas muitas vezes têm origem genética, mas é bom saber que o estilo de vida e a alimentação têm papéis cada vez mais importantes nessa história.

Tireoide: a bateria do corpo

A tireoide fica no pescoço, logo abaixo do pomo-de-adão, que costuma ser mais saliente nos homens. E, segundo a médica Laura Ward, professora da Unicamp e vice-presidente do departamento de tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), é ela que fornece energia para que a sua máquina não pare. “A tireoide produz os hormônios T3 (triidotironina) e T4 (tiroxina), que controlam a atividade dos órgãos vitais e interferem no peso, no ciclo menstrual, no raciocínio, no trabalho do intestino e na força muscular”, explica.

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A glândula é regida pela hipófise, que secreta hormônios para todo o organismo. Um deles é o TSH, que estimula a tireoide a produzir T3 e T4. Quando ela fabrica esses hormônios em quantidade insuficiente, ocorre o hipotireoidismo, que deixa o corpo mais lento, como se trabalhasse com menos energia: o cansaço aumenta, os músculos ficam mais sensíveis, as unhas fracas e a concentração difícil. O metabolismo também desacelera, daí a dificuldade de perder peso. Mas os médicos afirmam que o hipotireoidismo não justifica mais do que 5% dos casos de pacientes que procuram um endocrinologista por causa de sobrepeso.

Hipotireoidismo

É comum confundir os sintomas dessa disfunção com reflexos do nosso estilo de vida. É aí que mora o perigo: com isso, muita gente deixa de procurar o médico, achando que os sinais vão passar, e adia a solução de um possível problema. Conheça as características mais comuns do hipotireoidismo e cheque se apresenta alguma delas. Se marcar mais de três, procure seu médico e peça um exame de dosagem de TSH.

Hipertireoidismo

Quando há superprodução de hormônios por causa da função aumentada da tireoide, acontece o contrário: o hipertireoidismo, que, no entanto, é bem menos comum – entre as mulheres, cerca de 3% têm a doença. Nele, os sintomas são opostos: taquicardia, insônia, fome e suor excessivos, perda de peso e desarranjo intestinal, por exemplo.

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Dieta do equilíbrio

Ficar de olho na alimentação é uma das melhores estratégias para manter a tireoide sob controle e prevenir problemas. A nutricionista funcional Daniela Jobst, de São Paulo, revela quais nutrientes não podem faltar para esse fim: iodo e selênio. “Esses minerais são matéria-prima para a produção dos hormônios tireoidianos”, avisa. “A deficiência deles no dia a dia pode favorecer a desaceleração da glândula.”

Ela lembra que o iodo está em algas (aquela do temaki, por exemplo, que também pode ser misturada à salada, cortada em pedacinhos) e nos frutos do mar. E o selênio é encontrado principalmente na castanha-do-pará, mas também está nas nozes, nos cogumelos e nos grãos integrais.

Por outro lado, alguns hábitos alimentares de hoje são verdadeiros inimigos. “Excesso de sal, açúcar, gorduras saturadas e alimentos refinados e industrializados afetam a tireoide e prejudicam a fabricação dos hormônios”, fala Daniela.

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Ela completa com uma dica para lá de fácil para proteger essa glândula tão poderosa: nunca pular o café da manhã. “No começo do dia, ocorre um pico na produção de cortisol, hormônio que lesiona a tireoide. Incluir carboidratos integrais na primeira refeição é uma forma de controlar os níveis de cortisol no organismo e evitar que ele faça estragos.”

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