Afinal, cinta modeladora emagrece? Médica esclarece
Cirurgiã plástica explica quais são os tipos de cintas e quando cada uma deve ou não ser usada
Muitas pessoas ainda acreditam que usar cinta modeladora emagrece e, por isso, vivem com o acessório no corpo, dia após dia. Mas, a verdade é que, quando se fala em perda de peso, não há nada que ofereça esse resultado a não ser, de fato, o déficit calórico.
De acordo com Tatiana Moura, cirurgiã plástica do Hospital Albert Sabin, de São Paulo, existem dois tipos diferentes de cintas, usadas para diferentes fins: as cintas modeladoras e as cintas pós-cirúrgicas, ambas usadas para compressão, porém de maneiras distintas.
“A grande maioria das cintas modeladoras tem uma estruturação maior e um tecido um pouco mais encorpado na intenção de realmente modelar o corpo, além de, às vezes, uma barbatana. Elas não são indicadas para o período pós-cirúrgico”, explica a profissional.
“Já as cintas cirúrgicas têm uma compressão mais leve do que as modeladoras e um tecido muitas vezes mais confortável, sem uma estruturação rígida”, completa.
Afinal, cinta modeladora emagrece?
“Nenhuma cinta emagrece”, garante a médica. “Ela pode diminuir a circunferência da silhueta, mas de uma forma artificial, pela compreensão que fornece naquele momento”, esclarece.
Dito isso, a cinta modeladora pode, sim, ser usada para diminuir medidas, porém esse efeito só existirá enquanto ela ainda estiver no corpo. “Sendo assim, a cinta modeladora é indicada para todos aqueles que tiverem vontade de modelar a silhueta”, aponta Tatiana.
Já a cinta cirúrgica, por sua vez, é indicada apenas para o pós-cirúrgico, se for o desejo do médico. “Porém, isso não é uma regra, pois tem médicos que não usam”, ressalta.
Há contraindicações e riscos no uso das cintas?
Tatiana alerta que as cintas estruturadas são exatamente contraindicadas para pacientes que estão em pós-cirúrgico. “Além disso, peças com uma compressão muito importante (ou seja, com alta compressão) não são indicadas para pacientes com alguma restrição respiratória, que precisem muito da parte abdominal da respiração, para gestantes ou pessoas com retorno venoso mais deficiente”, ela completa.
Quanto aos riscos, a cirurgiã plástica explica que, em casos pós-cirúrgicos, o uso errado das cintas pode levar à necrose da pele devido à compressão exagerada, uma vez que a vascularização da região que está operada pode ser comprometida. Quanto aos pacientes com restrição respiratória, os riscos também envolvem dificuldade de amplitude da base pulmonar, prejudicando a respiração.
“Então, é preciso avaliar todas essas questões, como se o paciente tem indicação ou uma contraindicação para ter uma compressão abdominal importante”, alerta Tatiana.