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Benefícios da amizade: aumenta longevidade, faz bem para o cérebro e mais

As relações interpessoais são capazes de influenciar positivamente a saúde física e mental. Conheça os principais benefícios da amizade

Por Ana Paula Ferreira
18 jan 2024, 10h00
Psicóloga aponta os benefícios das relações de amizade (Feepik/Divulgação)
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Construir boas amizades é um dos segredos para se ter uma vida saudável e longeva, já que manter relações profundas com outra pessoa oferece benefícios importantes para a saúde mental e física.

Ingrid Susan, psicóloga e técnica de laboratório do Centro Universitário Módulo, explica que o ser humano é, essencialmente, relacional e essas relações se tornam cada vez mais benéficas ao longo da vida. Assim, ter amizades saudáveis e duradouras tem um efeito protetor sobre o cérebro, porque ajuda a exercitar a mente, melhorando a capacidade cognitiva e diminuindo o declínio cognitivo.

Benefícios da amizade para a saúde mental

Segundo a profissional, estudos e pesquisas já indicam que manter amizades faz com que o corpo fique mais imune a problemas de saúde. Por outro lado, quem não tem uma vida social ativa e, desse modo, é mais solitário, tende a se sentir mais indefeso. Com isso, aparecem dificuldades para dormir e mais facilidade de desenvolver ansiedade.

“Quanto mais pessoas você se relaciona, mais experiências de vida você terá, o que enriquece o intelecto e o emocional.  A amizade age como um fator de proteção social, que traz benefícios à autoestima, bem-estar e maior estabilidade emocional”, afirma.

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“Ter amigos protege o cérebro e ajuda a exercitar a mente, segundo estudos que relacionam a interação social às capacidades do principal órgão do sistema nervoso. Através do contato com o outro que se forma a capacidade de estabelecer vínculos com pessoas nutritivas emocionalmente, que são fatores de proteção ao adoecimento emocional. Conversar com frequência com amigos e estar com as pessoas de quem gostamos é, portanto, uma das formas de prevenir a decadência da saúde cognitiva”, completa a psicóloga.

Ter amigos também faz bem para o corpo

Ingrid afirma que, além das questões emocionais e mentais, a amizade já é estudada como um fator importante na melhora da saúde física. Segundo ela, isso acontece porque a amizade ajuda o cérebro a produzir ocitocina, o “hormônio do amor”, além de aumentar a produção de neurotransmissores positivos no organismo, o que ajuda o órgão a manter-se ativo e exercitado.

“Ter amigos traz inúmeros benefícios para nosso corpo diminuindo o risco de doenças cardiovascular, consequentemente aumentando a expectativa de vida”.

“A amizade protege contra problemas relacionados à imunidade, de modo que o estresse também afeta o sistema imunológico. Estudos experimentais têm demonstrado que a presença de amigos pode reduzir respostas cardiovasculares, estresse e imunidade. Outro benefício da amizade é conseguir manter seu coração mais saudável. As emoções positivas influenciam nos batimentos cardíacos. Portanto, pessoas felizes apresentam um risco 22% menor de ter infarto ou de desenvolver outras doenças cardíacas; o estresse é um dos maiores fatores de risco para o surgimento dessas doenças, daí a amizade fazer muito bem para o coração, pois diminui o estresse psicossocial”, de acordo com Ingrid Susan.

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Ela ainda comenta que os amigos desempenham, para muitas pessoas, o papel fundamental de fornecer uma relação recíproca e menos estressante, uma vez que as famílias nem sempre estabelecem vínculos semelhantes. “Amigos oferecem companhia, oportunidades para o riso, para o partilhar de atividades e experiências e gostos em comuns”, explica a psicóloga.

Amizade e envelhecimento saudável

O ser humano vive em rede, certamente sofre influência e afeta quem está ao seu redor, os hábitos cultivados tendem a ser similares ao ambiente em que determinados grupos vivem. O raciocínio se intensifica quando é analisado um recorte mais específico, como adultos de idade avançada. Ingrid conta que idosos com redes maiores de boas amizades aumentam em até 22% suas chances de ter uma vida mais longa que idosos com poucos ou sem amigos.

Envelhecer implica em diversos desafios, e um deles está relacionado a solidão. Estudos demonstram que idosos solitários tendem a adoecer mais facilmente que idosos com suporte emocional”, afirma.

Assim, durante a velhice, é essencial ter vínculos afetivos que não necessariamente os de consanguinidade. “Hoje em dia o conceito de formação das famílias considera vínculos que não tem consanguinidade, como os amigos”, pondera a psicóloga. Susan destaca que idosos que vivem em ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos), anteriormente conhecidas como asilos, têm uma longevidade reduzida, que pode ser explicada parcialmente pelo isolamento.

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Nesse sentido, segundo estudos, um outro benefício da amizade é a longevidade. “Quem mantém os amigos por perto melhora em 50% a chance de você viver mais. Segundo o estudo, quem passa a vida sem interações sociais tem prejuízos relacionados à longevidade”, finaliza a especialista.

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