Ansiedade e álcool: profissional explica qual é a relação entre eles
Apesar de serem vistas por algumas pessoas como relaxantes, a ansiedade e o álcool são duas coisas que não deveriam se misturar. Entenda!
Enquanto algumas pessoas acreditam que as bebidas alcoólicas são uma boa opção para relaxar, a verdade é que ansiedade e álcool são duas coisas que não deveriam se misturar.
De acordo com a psicóloga Larissa Fonseca, o motivo está nos efeitos inflamatórios causados no organismo, que resultam em alterações comportamentais.
“O álcool atua na área do cérebro responsável pelo autocontrole emocional, pensamentos e pela impulsividade”, aponta ela.
Desta forma, as bebidas se tornam potenciais gatilhos para a ansiedade.
“Elas são um depressor do sistema nervoso central e afetam neurotransmissores relacionados à regulação do humor e da ansiedade. Além disso, este sistema é o responsável pelo controle das emoções e decisões.”, explica a profissional.
“Quando você ingere qualquer tipo de droga (incluindo o álcool), se liberta das ‘censuras’ que funcionam como autocontrole. Com isso, os pensamentos antes inibidos viram gatilho para aumentar a ansiedade e até mobilizar crises”, completa ela.
Gatilhos de ansiedade pelo consumo de álcool
Segundo Larissa, as pessoas acreditam que o álcool pode trazer um efeito de relaxamento, pois ele inibe a censura interna, ou seja, o limite que nos auxilia a não ter determinados comportamentos para não encarar as consequências internas e sociais.
“O álcool provoca uma intoxicação no organismo, uma vez que o corpo entende que está sob ataque e precisa eliminá-lo. Assim, todas as células passam a trabalhar em função dessa digestão, o que compromete a engenharia do sono. No dia seguinte, as consequências são mais prejudiciais”, ela alerta.
É possível evitar a ansiedade sem parar de beber?
A profissional explica que o primeiro ponto a se considerar é que pessoas que têm ansiedade devem estar em tratamento psicológico para aprender a lidar com o quadro e os gatilhos ansiosos.
“O álcool não deve jamais ser utilizado quando estamos tristes ou muito felizes. Ele não é um medicamento que controla suas emoções”, ressalta Larissa.
Caso opte pela ingestão de bebidas alcoólicas, a sugestão da psicóloga é controlar a quantidade consumida e, principalmente, não ultrapassar os limites.
“Quando o cérebro ingere álcool, ele modifica a censura, então facilmente você vai querer mais”, ela explica.
Além disso, beber bastante água – inclusive enquanto estiver bebendo – e se alimentar corretamente antes do consumo pode ajudar a mantê-lo em equilíbrio, uma vez que a desidratação da metabolização do álcool provoca ansiedade e os níveis de açúcar devem estar estáveis para auxiliar no processo de digestão dele.
Red flags para o álcool
“O local e as pessoas na qual você ingere álcool podem ser gatilho, tanto para aumentar o consumo, quanto para o quadro da ansiedade ficar elevado. Portanto, a auto percepção no dia seguinte é fundamental”, alerta Larissa.
“Muitas vezes, tenho pacientes que descobrem locais específicos que são gatilhos para ingerir mais e se arrepender depois das próprias atitudes.”
Outro ponto importante é que se o quadro de ansiedade é intenso e há medicação para tratamento, é preciso confirmar se o álcool não atua neste medicamento, provocando um efeito rebote.
A psicóloga ressalta que os efeitos sempre serão negativos nessa mistura. Ela lista alguns deles:
1
Aumenta o risco de depressão e evolui o quadro ansioso,
Por ser um depressor do sistema nervoso central, há sintomas associados a ambos os quadros e, portanto, agrava o sintoma de ansiedade, podendo evoluir para um quadro depressivo.
2
Interfere no funcionamento do fígado
Pelo fato de metabolizar o álcool para eliminá-lo, ambas as substâncias (remédios para ansiedade e bebidas alcoólicas) são digeridos no fígado, o que pode provocar uma sobrecarga e levar a danos hepáticos.
Provoca um efeito de sedação
Isso pode aumentar os riscos de acidentes, uma vez que promove impulsividade e seu cérebro entende que não há limites, se tornando um risco.