Continua após publicidade

Saiba mais sobre o HPV, vírus que causou câncer em Ana Maria Braga

A apresentadora revelou que enfrentou um câncer de ânus causado pelo vírus. Entenda!

Por Juliany Rodrigues
3 abr 2024, 14h00
ana maria braga hpv
Ana Maria Braga revelou que enfrentou um câncer causado pelo vírus HPV. Entenda! | (Instagram @anamariabragaoficial/Divulgação)
Continua após publicidade

Em uma entrevista recente ao “Fantástico”, da TV Globo, a apresentadora Ana Maria Braga revelou que, no começo dos anos 2000, sofreu com um tumor maligno na região anal decorrente da contaminação pelo vírus HPV.

De acordo com a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra, mastologista e membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, além da região anal, o vírus também pode causar câncer no colo do útero, na boca e na garganta.

“É fundamental vacinar as meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos com as vacinas disponíveis no SUS”, ressalta a médica.

O que é o HPV? 

O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus humano) é um vírus sexualmente transmissível que infecta a pele ou as mucosas (oral, genital ou anal) tanto em homens quanto em mulheres.

“Quando as pessoas têm relações sexuais desprotegidas, elas estão expostas ao contágio por diversas doenças – e o HPV é uma delas. A partir da exposição ao HPV, podem surgir verrugas genitais (condilomas genitais ou condilomas acuminados), que indicam a presença do vírus, lesão pré-maligna de câncer (também chamada de lesão precursora), vários tipos de cânceres, como os do colo de útero, vagina, vulva, ânus, pênis e orofaringe, bem como a Papilomatose Respiratória Recorrente (PRR)”, diz.

Existem casos nos quais a doença permanece assintomática, porém, mesmo sem sintomas evidentes, a pessoa contaminada pelo HPV pode transmiti-lo para outra durante a atividade sexual. Por isso, o uso do preservativo é tão importante.

Continua após a publicidade

Como o HPV é transmitido?

“Basta uma relação íntima para que você seja contaminado pelo HPV. Esse é um vírus altamente contagioso e sua transmissão se dá pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada. Assim, o toque da mão ou da boca com o órgão genital ou o próprio ato sexual podem gerar o contágio – sem que haja, necessariamente, a penetração“, afirma a Dra. Mariana.

Como é feito o diagnóstico?

Em consultório, o médico consegue diagnosticar o HPV por meio de um exame clínico. O Papanicolau, a colposcopia, a vulvoscopia, a hibridização in situ, a captura híbrida e o PCR também podem ser solicitados para confirmar a doença.

Além disso, segundo a ginecologista, pode ser feito o teste de HPV de alto risco, que é capaz de identificar a presença do vírus mesmo em mulheres assintomáticas.

“Toda mulher precisa fazer o Papanicolau anualmente, um exame que detecta a presença de doenças no aparelho reprodutor. A partir do momento em que a mulher é contaminada pelo HPV, ela necessita ficar ainda mais atenta, fazendo a vulvoscopia e a colpocitologia oncótica, que são exames simples, realizados no mesmo momento do Papanicolau, mas que têm a função de verificar se o HPV está ativo no organismo, desencadeando lesões. Se aparecerem sintomas, é preciso cauterizá-las, com o uso de métodos adequados, como laser ou ácidos, para que o problema não avance e o câncer apareça”, orienta.

Como é o tratamento do HPV?

Não existem tratamentos específicos para o vírus em si, sendo que ele pode desaparecer espontaneamente do organismo ou permanecer pela vida inteira.

Para lidar com as verrugas genitais que podem ser provocadas por ele, algumas medidas podem ser recomendadas, por exemplo, o uso de pomadas, o laser e a eletrocauterização. Isso deve ser definido de acordo com o tamanho, a quantidade e a localização das lesões e as condições financeiras do paciente, uma vez que nem todos os tratamentos são oferecidos pelo SUS.

Continua após a publicidade

Quando o paciente apresenta um câncer, procedimentos cirúrgicos podem ser adotados.

Vacina contra HPV

No Sistema Único de Saúde (SUS), meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, portadores de HIV e pessoas transplantadas na faixa etária dos 9 aos 26 anos que realizam acompanhamento médico podem receber a vacina contra o vírus.

O imunizante conta com duas doses, sendo necessário um intervalo de seis meses entre elas. As pessoas que possuem HIV e transplantados podem receber três doses, com intervalos de 0,2 e 6 meses.

Para quem está fora desses grupos, a vacina está disponível nos serviços privados e deve ser tomada sempre com a indicação médica.

Publicidade