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Versão sem glúten dos alimentos é menos saudável que a original

Não caia no erro de achar que um produto gluten free é sempre melhor para sua dieta

Por Eliane Contreras
Atualizado em 11 Maio 2017, 23h11 - Publicado em 11 Maio 2017, 17h38

A estratégia de reduzir o consumo de glúten para deixar o organismo menos resistente à perda de peso costuma funcionar. Isto é, desde que você fique ainda mais atenta ao rótulo dos alimentos livres dessa proteína do trigo – também presente no centeio e na cevada. Do contrário, o efeito na balança pode ser o inverso do esperado.

Culpa da indústria que nem sempre substitui o glúten por um ingrediente saudável e acaba enganando os consumidores mais desatentos. O alerta vem de um estudo divulgado ontem na 50º Congresso Anual da Sociedade de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica (ESPGHAN – Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition), em Praga, República Tcheca.

Pobres em nutrientes

Os pesquisadores avaliaram mais de 1 300 produtos gluten free e, na maioria deles, o valor energético é significativamente mais alto. Já a proteína entra na composição numa quantidade até três vezes menor, especialmente em pães, massas, pizzas e farinhas. Você mesma pode fazer uma comparação entre os produtos e constatar outro ponto negativo. As versões sem glúten costumam oferecer menos (ou zero) fibras. O resultado são alimentos com alto índice glicêmico (comeu, engordou!).

A principal preocupação dos autores do estudo é com as crianças celíacas (portadoras de uma doença autoimune, desencadeada pelo glúten, que interfere intensamente na absorção de nutrientes pelo organismo). Elas podem ter o crescimento afetado e se tornarem fortes candidatas à obesidade com o consumo desses alimentos, geralmente mais pobres nutricionalmente.

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Tem que valer a pena

Os pesquisadores estão dispostos a iniciar uma campanha para que a indústria reformule os produtos nessa linha com matérias primas mais saudáveis. E, ainda, aconselham o consumidor a redobrar o cuidado com os produtos não embalados ou caseiros. “Eles não estão sujeitos às mesmas exigências de rotulagem que os alimentos pré-embalados”, alerta Daciana Sarbu, membro do Parlamento Europeu e Vice-Presidente do Conselho do Comitê sobre Meio Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar. Conclusão: sempre avalie se a troca vale à pena para sua dieta.

Os piores na avaliação dos pesquisadores

Entre os 1 300 produtos avaliados pelos pesquisadores, os pães, as massas e os biscoitos são os que apresentam prejuízos mais significativos em relação às versões originais.

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