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O que é a dieta nórdica e como adaptá-la com ingredientes brasileiros

Baseada nos hábitos alimentares dos países do norte da Europa, ela pode ajudar a reduzir o risco de doenças cardiovasculares

Por Amanda Panteri, Gislene Pereira
5 jun 2018, 18h53
bacalhau prato
 (alisafarov/Thinkstock/Getty Images)
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Se quando falam em alimentação saudável, você logo pensa na mediterrânea, saiba que ela andou ganhando competidores por aí. Isso porque a Organização Mundial da Saúde (OMS), após uma revisão de estudos recentes, comprovou que a dieta nórdica contemporânea pode ser tão benéfica quanto à mediterrânea, além de evitar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, câncer e diabetes.

Na lista de alimentos liberados, aparecem figurinhas deliciosas: peixes, grãos integrais como a aveia e o centeio, frutas locais (principalmente as “berries”: gojiberry, blueberry, strawberry), legumes, nozes e produtos lácteos com baixo teor de gorduras saturadas fazem parte das bases alimentares de países nórdicos como Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia. 

De acordo com a nutricionista mineira Fabiana Diniz, os itens listados acima têm efeito positivo sobre o metabolismo do tecido adiposo (a gordura) por “conterem nutrientes importantes ao funcionamento do organismo: as gorduras insaturadas, fibras e compostos antioxidantes, como os polifenóis”.

Benefícios da dieta nórdica

A substituição dos ácidos graxos saturados (presentes na carne vermelha, leite de vaca e derivados) pelos insaturados (encontrados no óleo de colza, muito utilizado pelas nações ao Norte do globo) pode reduzir o desenvolvimento de aterosclerose, formação de placas nas paredes das artérias.

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A nutricionista explica que esses ganhos são aumentados por outras características da dieta, como o baixo consumo de carboidratos simples e a introdução de alimentos antioxidantes no

cardápio. “Em indivíduos obesos, a inflamação deve ser controlada com a restrição de carboidratos simples (açúcares e farinhas) e gorduras saturadas, e o aumento do consumo de antioxidantes, a fim de se evitar um quadro de resistência à insulina”.

É possível adaptar

Toda vez que alguma dieta gringa ganha fama, é muito comum a gente se decepcionar logo de cara: os ingredientes e alimentos são muito caros ou difíceis de achar. A alimentação nórdica leva em conta nutrientes encontrados em diversos tipos de frutas, verduras, peixes e óleos, e por isso se torna fácil escolher aqueles em maior abundância no Brasil (nosso bolso agradece!):

1) As “berries” podem ser substituídas por frutas vermelhas brasileiras ricas em polifenóis: jabuticaba, amora, romã, pitanga, morangos orgânicos, além de outras fontes já bem consumidas pelos brasileiros (cebola, repolho, batata-inglesa, manga, mamão papaia, tangerina, laranja, banana e abacaxi);

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2) Priorize peixes ricos em ômega-3 quando for ao mercado (atum, sardinha, salmão e arenque). O óleo de canola e o azeite de oliva extra-virgem vão no lugar do óleo de colza, uma vez que têm ácidos graxos insaturados;

3) Para os grãos integrais, aposte em: aveia não-transgênica, sementes (chia, girassol, abóbora) e leguminosas (feijões, ervilha, lentilha e grão-de-bico). “As frutas e vegetais, em geral, devem ser orgânicos para reduzir a exposição aos compostos químicos maléficos à saúde, denominados xenobióticos”, lembra a nutricionista.

Para manter o foco no seu objetivo, o segredo é variar o que leva ao prato. “É preciso ter cautela e lembrar que dietas engessadas e restritivas são difíceis de serem seguidas em longo prazo e podem desencadear transtornos como a compulsão alimentar”, alerta. E lembre-se de que é importante procurar um especialista antes de começar qualquer regime. 

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