No Brasil, o número de pessoas diagnosticadas com diabetes cresceu 61,8% nos últimos dez anos, segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada em 2017 pelo Ministério da Saúde. E não são somente os doces que podem influenciar no aparecimento (ou não) da doença, mas o que se coloca no prato e a dieta escolhida para perda de peso também.
É o que mostram dois estudos recentes: um que investigou o elo entre o diabetes e o jejum intermitente e outro que analisou a ligação entre a enfermidade e a dieta low carb, já conhecida e aderida por muitos brasileiros. Entenda essa história:
Jejum intermitente e diabetes
Uma pesquisa brasileira conduzida por pesquisadores do Departamento de Fisiologia e Biofísica da Universidade de São Paulo (USP) – apresentada no último sábado (19) durante o congresso da Sociedade Europeia de Endocrinologia, em Barcelona – alerta que interromper a alimentação por certos períodos pode aumentar o risco de se tornar diabético.
Na análise, feita com ratos, os cientistas investigaram os efeitos da prática em animais saudáveis e sem sobrepeso, que recebiam alimentos em dias alternados. Três meses depois, embora tenham atingido o que a maioria das pessoas que aderem ao jejum espera (emagrecimento e redução voluntária da quantidade de alimentos ingeridos), os bichinhos também foram identificados com mau funcionamento do pâncreas. O órgão é responsável pela insulina – hormônio que, quando não produzido pelo corpo em quantidade suficiente, leva ao diabetes.
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Dieta low carb e diabetes
De acordo com um trabalho recém-publicado na revista científica Pediatrics, o efeito de reduzir o carboidrato e aumentar o consumo de proteína é positivo para quem tem diabetes tipo 1, doença autoimune que aparece ainda na infância. Na pesquisa, os pacientes (crianças e adultos) que seguiram a low carb por uma média de dois anos – combinada a medicamentos em doses menores do que as exigidas em uma dieta normal – tiveram um maior controle do açúcar no sangue.
Apesar dos bons resultados observados nas 316 pessoas que participaram dos testes, os autores alertam que os pacientes não devem tentar controlar a doença por conta própria – o acompanhamento médico é essencial! Além disso, ensaios clínicos maiores são necessários para determinar se comer menos carboidrato é mesmo uma estratégia indicada para os diabéticos.