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Dietas de outros países: vale a pena adotar?

Um mesmo alimento interfere na saúde (e na balança) de maneira diferente de acordo com a carga genética e etnia, sabia?

Por Manuela Biz e Eliane Contreras
Atualizado em 6 Maio 2024, 15h45 - Publicado em 5 out 2020, 09h00
Dietas de outros países
 (Frank Zhang, Unsplash/Reprodução)
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É uma delícia se aventurar e experimentar refeições de diferentes lugares do mundo. Mas importar para seu prato a dieta mediterrânea ou a japonesa, consideradas modelos de alimentação saudável, pode não trazer os mesmos benefícios pra você que os oferecidos aos nativos dessas dietas de outros países.

É o que aponta um estudo publicado no periódico americano Genetics. “A forma como você absorve o carboidrato e a gordura, por exemplo, depende da sua carga genética e etnia”, explica a endocrinologista Isabela Bussade, do Rio de Janeiro.

Por isso, um mesmo alimento interfere de maneira diferente na saúde (e na balança) de uma italiana, uma oriental e uma brasileira. Claro, não faz mal procurar referências de bons hábitos alimentares lá fora, desde que você mantenha no cardápio os itens aos quais seu organismo já está adaptado.

Como adaptar as dietas de outros países para a nossa realidade

Ingredients for mediteranian salad
(Claudia Totir/Getty Images)
  • Mediterrânea 

No lugar de salmão, azeite de oliva e noz, invista em sardinha, milho, tapioca e outros alimentos nutricionalmente próximos aos da dieta original, só que mais baratos e acessíveis por aqui. Aposte nas verduras, legumes, frutas, leite e derivados desnatados; consuma com menos frequência arroz, feijão, macarrão, pão, cereais e biscoitos simples; e coma somente de vez em quando carne, frango, óleo composto (soja e azeite), castanha e itens com mais sódio, açúcar, gordura saturada e colesterol. Ficam de fora da dieta os alimentos industrializados com gordura trans (sorvete, biscoito recheado, salgadinhos) e alto teor de sódio (congelados, embutidos) ou de açúcar (balas, doces).

  • Nórdica

Para adaptar essa dieta, as “berries” podem ser substituídas por frutas vermelhas brasileiras ricas em polifenóis: jabuticaba, amora, romã, pitanga, morangos orgânicos, além de outras fontes já bem consumidas pelos brasileiros (cebola, repolho, batata-inglesa, manga, mamão papaia, tangerina, laranja, banana e abacaxi). Priorize peixes ricos em ômega-3 quando for ao mercado (atum, sardinha, salmão e arenque). O óleo de canola e o azeite de oliva extra-virgem vão no lugar do óleo de colza, uma vez que têm ácidos graxos insaturados. Para os grãos integrais, aposte em: aveia não-transgênica, sementes (chia, girassol, abóbora) e leguminosas (feijões, ervilha, lentilha e grão-de-bico). “As frutas e vegetais, em geral, devem ser orgânicos para reduzir a exposição aos compostos químicos maléficos à saúde, denominados xenobióticos”, lembra a nutricionista.

  • Japonesa 

Os japoneses são conhecidos não somente pelas escolhas alimentares altamente nutritivas, como também por fazerem opções saudáveis no dia a dia. Por que não adotá-los também? Vale repensar a lista do supermercado para ter pouca oferta de produtos industrializados e processados na despensa; caprichar no consumo de peixes; preferir as sobremesas pouco açucaradas e abusar das diferentes texturas dos pratos!

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