Imagem Blog

Saúde no Trabalho, com Bianca Vilela

A fisiologista do exercício Bianca Vilela dá dicas de exercícios e abordagens para melhorar a saúde no trabalho
Continua após publicidade

Saúde, uma construção diária, desde a infância!

Por Bianca Vilela
18 set 2022, 08h46
Mãe e criança cozinhando e felizes
 (Tijana87/Thinkstock/Getty Images)
Continua após publicidade

Sempre pensamos que o envelhecimento tem a ver somente quando já “chegamos lá”, em idades bem avançadas. Será? Do meu ponto de vista, como especialista, de nada adianta falar todos os dias sobre longevidade, bons hábitos e qualidade de vida se não olharmos para nossas crianças e adolescentes, cujos hábitos alimentares e inatividade têm se agravado ao longo dos últimos anos.

O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) constatou que uma a cada 10 crianças no Brasil está acima do peso, e oito costumam ingerir alimentos ultraprocessados, cujo teor nutritivo é baixo e com maior concentração de farinhas, açúcares e outras substâncias.

Os dados foram colhidos em 2019, numa pesquisa nacional com cerca de 15 mil meninos e meninas de mais de 12 mil domicílios de todas as regiões do país. Para se ter uma ideia, o último índice sobre o excesso de peso na infância, de 2006, apontava que 6% da faixa mais nova da população se encontrava nessa situação — número que pulou para 10%.

O que antes era um fenômeno concentrado na população adulta, agora também passa a acometer as crianças: obesidade.

Um dado interessante é que o estudo identificou uma prevalência maior excesso de peso entre as crianças menores, de até 23 meses de idade, com 23% delas acima do peso. Os menores de 24 a 35 meses estão em segundo lugar (20,4%), seguidos pelos de 36 a 47 meses (15,8%) e 48 a 59 meses (14,7%). Isso aponta para uma perspectiva de piora no futuro.

Continua após a publicidade

De acordo com o Estudo NutriNet Brasil, um trabalho feito pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP)  e que contou com 10 mil voluntários, houve elevação na frequência do consumo de pelo menos um grupo de alimentos ultraprocessados (de 77,9% para 79,6%) e de cinco ou mais grupos desses alimentos (de 8,8% para 10,9%).

São alimentos como biscoitos e pães industrializados, salgadinhos de pacote e refrigerantes. Esses produtos têm adição de ingredientes como açúcares, gordura hidrogenada, corantes artificiais, emulsificantes e aromatizantes. Muitos estudos científicos associam esses alimentos a problemas de saúde como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer, asma em crianças e adolescentes, cólon irritável e depressão.

Para evitar a obesidade infantil, assim como o fato da criança se tornar um adulto com excesso de peso, os pais são responsáveis por contribuir para que seus filhos tenham alimentação adequada e saudável.

Os hábitos alimentares devem ser formados ainda na barriga da mãe, estendendo-se para os primeiros anos de vida, e seguindo por todo seu período de crescimento. Outras formas de evitar o problema são:

Continua após a publicidade

  • evitar precocemente alimentos sem suporte nutricional, como açúcares;
  • estimular a prática física desde cedo, para que sejam realizadas com prazer;
  • estimular hábitos saudáveis à mesa, sem a utilização de eletrônicos;
  • respeitar a saciedade da criança;
  • estimular um tempo maior para a refeição;
  • evitar o excesso de líquidos no momento da refeição, principalmente livres de suporte nutricional;
  • evitar consumo excessivo de alimentos como frituras, bebidas calóricas, processados e mais.

Além de bons hábitos alimentares e o estímulo de práticas físicas, as consultas de rotina e exames preventivos também são fundamentais na vida da criança. Por isso, é muito importante mantê-las, contribuindo para o crescimento saudável e desenvolvimento adequado da criança e adolescente.

Tratar o tema com estratégica nos poupará desgastes e nos trará mais tempo de vida de qualidade. Vamos embarcar nessa jornada?

 

BIANCA VILELA é autora do livro Respire, mestre em fisiologia do exercício pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), palestrante e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde in company em grandes empresas por todo o país há mais de 15 anos. Na Boa Forma fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. Instagram: @biancavilelaoficial

Publicidade