Antes de falar da queda de cabelo sazonal, ou seja, de acordo com a estação do ano, precisamos entender sobre o ciclo capilar. O ciclo é divido em 3 fases: anágena, catágena e telógena, cada folículo se encontra em uma diferente fase, assim, você não perde todos que os fios de uma única vez, nem fica cabeludo num só tempo.
Em condição normais, a divisão do ciclo costuma ser assim: 85-90% dos folículos na fase anágena (de crescimento), 1-2% na fase catágena (de transição) e 10-15% na telógena (de queda). A fase de crescimento dura em média 4 anos, e determina o tamanho que seus fios podem atingir. A fase telógena, de queda, dura 3 meses.
Quando acontece algum evento, como a chegada do verão, acredita-se que os folículos permaneçam na fase de crescimento, numa tentativa de nos proteger contra a radiação UV. Dessa forma, teremos mais cabelos protegendo nosso couro cabeludo. Porém, o ciclo capilar “tem que girar”, então, após o verão, especialmente nos 3 meses seguintes – tempo que dura a fase telógena (de queda), vem outono e inverno e, com eles, a queda desses fios que se mantiveram na fase de crescimento por todo o verão.
Mas, calma! Isso não é motivo para preocupação, já que moramos num país tropical em que as estações do ano não são tão distintas no que diz respeito à incidência solar. Além do mais, em uma pessoa saudável, para cada fio que cai, já existe outro prontinho para nascer.
Agora, já falando dos hábitos do inverno, como banhos mais quentes, o contato da água em alta temperatura com o couro cabeludo tende a resseca-lo, favorecendo quadros de descamação e coceira. Outro hábito comum nos dias frios, é lavar os cabelos com menos frequência, acumulando mais sebo e favorecendo a piora de quadros como a dermatite seborreica. A maioria das pessoas não percebe nenhuma mudança nos cabelos, a não ser que já tenha alguma condição pré-existente afetando os cabelos e couro cabeludo.
A alimentação, sem dúvida, interfere na saúde dos fios, não só no inverno, mas durante o ano todo. Nessa época, em especial, é importante se atentar ao consumo de água, que tende a ser menor. O uso de suplementos não é aconselhável. Se a sua queda está além do normal, se o couro cabeludo está descamando e a coceira te esperar incomoda, não se auto medique, procure seu dermatologista de confiança para avaliar seu couro cabeludo e, se necessário, realizar exames e, então, suplementar se estiver com carência de algum nutriente.
O uso de cosméticos capilares é sempre bem-vindo, mas não com o objetivo de cessar a queda, mas como um cuidado especialmente com a haste – os fios – que ganham muito com o uso de óleos vegetais, máscaras hidratantes, finalizadores, protetores térmicos, leave ins e muitos outros. A massagem no couro cabeludo pode ser uma aliada para estimular a circulação local e absorção de ativos. Mas, seja gentil, faça de maneira delicada, com a ponta dos dedos e não remova “casquinhas” que podem estar presentes nos quadros de dermatite.
DRA. JAQUELINE ZMIJEVSKI: Dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)