Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo (tireoide hiperativa) são conhecidos por impedir a ovulação, o processo mensal no qual um óvulo é liberado para ser fertilizado. Se nenhum óvulo for liberado, você não pode engravidar, mesmo que supostamente tenha períodos menstruais regulares.
No hipertireoidismo, a glândula fica hiperativa e acelera o metabolismo, o que afeta os ciclos menstruais, que ficam irregulares, e podem impedir a ovulação e causar infertilidade.
Já o hipotireoidismo pode causar a formação de cistos nos ovários, ou ainda levar ao aumento da produção de prolactina, um hormônio que controla a produção de leite ou lactação, em mulheres que não estão grávidas. Quando os níveis de prolactina estão altos, isso compromete a ovulação. As mulheres com a condição têm cerca de quatro vezes mais chances de ter um aborto espontâneo do que as mulheres que não têm. As mulheres com hipotireoidismo não tratado também correm o risco de ter bebês com problemas de desenvolvimento e níveis de QI ligeiramente mais baixos.
Uma vez que o hipertireoidismo ou hipotireoidismo é tratado com sucesso, o risco de infertilidade é praticamente nulo, desde que os problemas de tireoide sejam a única causa.
A infertilidade pode ter muitos culpados diferentes, e um problema de tireoide certamente pode ser um deles. Se você tem um problema de tireoide, converse com seu médico antes de tentar engravidar ou se estiver tendo problemas para engravidar.
E se você está tendo problemas para engravidar e é saudável, seu médico pode querer fazer alguns testes de triagem para ter certeza de que um problema de tireoide não é a causa.
Dr. Fernando Prado, médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Instagram: @neovita.br