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Os ácidos graxos ômega-3, devido às propriedades antioxidantes, podem proteger o sistema cardiovascular do estresse oxidativo e de complicações trombóticas. Eles têm o poder de reduzir os níveis de colesterol, triglicérides e o perfil de estresse oxidativo.
Assim, reduzir a toxicidade celular através da regulação do estresse oxidativo é fator crítico para a sobrevivência de qualquer célula, inclusive as renais e as cardíacas. Pacientes com doença renal crônica (DRC) têm risco aumentado para doença coronariana, infarto do miocárdio e aterosclerose, os quais poderiam ser reduzidos pelo uso destes suplementos.
Os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 (PUFA ômega-3) têm sido usados como parte da dieta humana por muitos anos. O uso suplementar destes ácidos graxos essenciais e seus derivados pode oferecer múltiplos benefícios à saúde de pacientes com insuficiência renal e afetar positivamente a estrutura da membrana celular, além de exercerem efeitos anti-inflamatórios.
Muitos estudos mostraram que os ômega-3 também são eficazes na redução da albuminúria (eliminação de proteína na urina) em pacientes com doença glomerular, com a nefropatia por IgA, sendo este efeito dose-dependente. A albuminúria é um marcador precoce bem estabelecido não apenas para lesão renal, mas também como fator de risco cardiovascular. Ela é um preditor de morbidade e mortalidade cardiovascular, bem como mortalidade por todas as causas na população geral.
Portanto, os ácidos graxos ômega-3 podem apresentar efeitos cardio e nefroprotetores também em indivíduos saudáveis, através da modulação desta excreção de proteína na urina.
Dra. Caroline Reigada, médica nefrologista, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
