A névoa cerebral durante a menopausa é bastante comum e pode ocorrer pela baixa hormonal, isto é, a diminuição significativa na produção de hormônios como estrogênio e progesterona.
O estrogênio impacta no funcionamento cerebral e na manutenção de processos cognitivos. Com sua diminuição, pode afetar a memória, a clareza mental, a concentração, trazendo essa sensação de névoa cerebral.
Na menopausa, que é um momento de mudanças físicas e emocionais significativas, pode ocorrer o aumento dos níveis de estresse e, quando ele se torna crônico, também afeta o cérebro, podendo levar a dificuldade de concentração, prejudicar a memória e ainda levar a fadiga mental. Outro ponto: alterações no sono também podem contribuir para a névoa cerebral.
Na menopausa, podem ocorrer alterações das necessidades nutricionais e a falta de alguns nutrientes, como vitaminas B, D, ácidos graxos, ômega-3 e antioxidantes, o que também afeta a saúde do cérebro, uma vez que eles são importantes para a função cognitiva e a proteção contra o declínio cerebral relacionado à idade.
Além disso, relacionado a memória, temos dificuldade de lembrar nomes, datas, localização de objetos; pode haver uma diminuição na capacidade de se concentrar em tarefas ou de manter o foco em conversas; e até problemas de aprendizagem, como novas habilidades. A mulher pode sentir ainda uma lentidão ao processar informações.
Temos ainda outros sintomas, como as ondas de calor e suores noturnos, que alteram de forma súbita as temperaturas corporais e afetam o bem-estar e até mesmo o sono. A mudança de humor também pode ser frequente, levando a irritabilidade e ansiedade. Pode haver uma dificuldade em adormecer ou dormir a noite toda.
Também pode ocorrer a secura vaginal, quando há uma redução na lubrificação natural, o que leva a um desconforto durante a relação sexual, podendo afetar o relacionamento. Também pode ocorrer uma diminuição na libido.
A mulher pode sentir ainda que a pele e o cabelo estão mais secos. Inclusive, o cabelo pode enfraquecer e/ou até cair.
Para lidar com os sintomas da menopausa, é importante adotar uma abordagem que engloba várias estratégias. Entre elas:
- Check-up regular da memória: Com avaliações para ajudar a monitorar e a gerenciar quaisquer mudanças na memória ou na cognição. Essa mudança de memória, como esquecimento, pode atrapalhar a carreira da mulher, entre outros pontos. Sugiro uma bateria de exames, como os de sangue e aqueles de rastreio cognitivo.
- Suplementação: Pode ajudar a compensar as deficiências nutricionais, com um profissional prescrevendo vitaminas do complexo B, ômega-3, vitamina D e magnésio.
- Nutrição equilibrada: Por meio de uma dieta com frutas, vegetais, proteínas magras, grãos integrais e gorduras saudáveis, que são indicados para melhorar a saúde em geral e a cognitiva, assim como os alimentos fontes de antioxidantes e ácidos graxos, como o ômega-3.
- Praticar atividade física regular: Como caminhada, yoga, natação ou treinamento de força. Quando essa prática é recorrente, contribui para melhorar o humor, o sono, a energia e a função cognitiva. Sem contar que ajuda na manutenção do peso.
- Ter um sono com boa qualidade: Estabelecendo um horário para dormir e um espaço escuro, que não faça a pessoa despertar durante a noite.
- Suporte emocional: As amizades, sejam ela de familiares ou amigos, são um apoio durante a menopausa.
- Realizar atividades cognitivas que desafiam a mente: Vale investir em jogos, como quebra-cabeça, muitas leituras e até aprender outras atividades.
Dra. Bartyra Câmara Gomes, ginecologista. Instagram: @drabartyragomes