Como uma mulher pode ter uma gravidez independente?
A medicina reprodutiva nas últimas décadas passou por grandes avanços e hoje temos diversos tratamentos disponíveis para todas as pessoas que desejam ter filhos; isso não é diferente com as mães solo. Para as mulheres que desejam ter uma gravidez independente, existem dois tratamentos principais: a inseminação intrauterina ou a fertilização in vitro.
Importante dizer que, no Brasil, a doação de sêmen é anônima, de forma que não é permitido que se revele a identidade dos doadores do banco de sêmen. No entanto, há diversas informações repassadas, como tipagem sanguínea, cor de pele, cabelo e olhos, peso, estatura, idade na data da doação do material e presença de diversas doenças nos antecedentes familiares.
Além disso, o doador sempre passa por uma avaliação médica bastante rigorosa, que inclui exames genéticos e de sorologias para evitar o contágio de doenças transmissíveis.
Sucintamente, na inseminação intrauterina o sêmen processado é introduzido na cavidade uterina, após passar pelo colo do útero, com o auxílio de um catéter de plástico flexível. Depois disso, o processo é todo natural: os espermatozoides devem nadar até a tuba uterina, encontrar o óvulo, fertilizar e formar o embrião. Este, por sua vez, irá se dividir e migrar de volta para a cavidade uterina, onde irá se implantar para gerar a gravidez.
Já na fertilização in vitro existe mais intervenção médica. O sêmen é processado em laboratório e usado para fertilizar os óvulos que foram retirados previamente dos ovários. Os embriões formados ficam em uma incubadora se desenvolvendo por 5 dias, até atingir um estágio de maturidade, chamado de blastocisto. O embrião então (blastocisto) é transferido para a cavidade uterina já pronto, também com o auxílio de um catéter de plástico flexível. Só resta a ele implantar e gerar a gravidez.
Desta forma, as mulheres que anteriormente precisavam obrigatoriamente ter um parceiro ou um companheiro para que para que pudessem engravidar, agora estão livres para conseguir ter uma gravidez independente. Mas não necessariamente solitárias.
Dr. Fernando Prado, médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Instagram: @neovita.br