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Como identificar relacionamentos abusivos?

Por Lala Fonseca
30 dez 2022, 09h46
Mulher e homem sentados lado a lado
 (Odonata Wellnesscenter/Pexels)
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Para identificar um relacionamento abusivo é necessário perceber uma relação com desigualdade de poder. De um lado há uma pessoa oprimida, que sofre por parte do abusador, ao menos um tipo de violência: física, psicológica, financeira, intelectual e até sexual.

Primeiramente, precisamos entender que os relacionamentos abusivos como ocorrem e evolui para esse tipo de relação. Até para identificá-la antes mesmo de evoluir e chegar na etapa final. (onde ocorrem agressões físicas, homicídio e até torturas)

No início da relação, a paixão nos faz querer viver apenas a relação. Porém, o abusador, tende a falar mal e mostrar que as relações mais próximas daquela pessoa, não são tão bacanas e assim, a apaixonada (o) se distancia de todos à sua volta.

Em seguida, como o abusador é sua única fonte de alegria, ao receber uma migalha de carinho, os neurotransmissores se amplificam e essa sensação de prazer se torna um vício neuroquímico, a dopamina produzida quando agradamos e estamos com aquela pessoa, fica restrita à praticamente quando algo é feito conforme a vontade do abusador. E dessa maneira, nos tornamos obedientes (abandonando jantares com amigos, aniversários, visitas à família, comportamentos específicos na vida profissional e até roupas “inadequadas” conforme o ponto de vista do abusador.

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Assim, surge a próxima etapa: neste ponto, o abusador já está seguro de que não perderá a outra pessoa, que essa está dependente e assim, começa menosprezar, diminuir e agredir, além de dizer meias verdades (pois em alguma perspectiva até a vítima é persuadida e se culpa). Quando o abusador sente que a agressão foi excessiva, dá uma migalha de afeto e convence de que a vítima é a responsável por esse sofrimento.

O abusador está apenas ensinando algo e é para o “bem da vítima”. Esse mecanismo opressivo, causa um dano psicológico na vida da pessoa que está nesse tipo de relacionamento, como um trauma que modifica a forma da pessoa ver a vida.

Neste momento, ela não tem mais forças para abandonar essa relação sozinha, na maioria das vezes, sente que o abusador faz um grande favor em estar com ela pois, essa vítima é indigna de amor ou qualquer fonte de admiração.

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O mais comum, é o término ocorrer pela intervenção de amigos ou parentes. Eles percebem as agressões, tristezas e transformações da vítima e a afastam deste convívio insalubre.

A vítima precisa perceber que é capaz de ser amada, que pode recuperar sua autoestima para passar a acreditar em si mesma (muitas vezes com o processo de terapia). Ela precisa reaprender que dia vai encontrar uma pessoa que valorize suas qualidades como elas são, sem precisar se moldar para estar com ninguém.

Respondido por:

Lala Fonseca, Psicóloga Clínica pela FMU/SP e Terapeuta Cognitiva Comportamental pelo ITC. @lalafonsecaoficial

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