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Como se exercitar sem disparar gatilhos de distúrbios alimentares? 

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Por RICARDO MASSOLA 
11 mar 2022, 12h14

O incentivo ao exercício físico e a alimentação saudável, embora aparentemente bem intencionado, carrega conotações mais profundas para quem possui algum tipo de sensibilidade em relação à doenças alimentares. O conceito de dismorfia corporal, no qual a pessoa se enxerga de forma distorcida e negativa, é cada vez mais comum, e muitas vezes a pressão social para se ter uma vida saudável pode gerar gatilhos que levam a episódios de bulimia e anorexia. 

A solução para esse problema não é simples, e deve ser acompanhada de um trabalho multidisciplinar, com nutricionista, terapeuta, médicos e psiquiatras. Porém, se exercitar e comer de forma saudável não precisam necessariamente ser um fardo na vida de quem sofre com transtornos alimentares. Além de acompanhamento médico, saber os próprios limites, entender que o bem-estar psicológico também é fundamental e se alimentar em horários regulares com os nutrientes que o corpo precisa são passos importantes para vencer esses distúrbios. 

As pessoas que desejam se exercitar e estão preocupadas com voltar a hábitos antigos devem entender que possuem limites físicos e, se estes forem ultrapassados, não haverá qualquer ganho. Cansaço extremo, dores e lesões recorrentes demonstram que o exercício pode estar sendo praticado em excesso. Outra dica importante é entender qual o seu real objetivo com a atividade física: ela precisa ser prazerosa e trazer a sensação de bem-estar mental e físico. Não há nada de errado em buscar o exercício para fins estéticos, mas deve-se tomar cuidado para que isso não se torne uma obsessão. 

O segredo para sair desta neurose é aprender a ouvir o próprio corpo e as emoções. Ambos irão, na maioria das vezes, refletir em seus comportamentos. Ao invés de querer emagrecer 10 quilos em 1 mês, busque novos hábitos de alimentação que te façam sentir bem consigo mesmo. Ao invés de querer ganhar 3 kilos de músculos em 3 meses, procure sentir o prazer em fazer a atividade física e valorizar o bem-estar que ela proporciona. Ou seja, busque cada vez mais o equilíbrio antes de querer atingir metas.

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Respondido por:

RICARDO MASSOLA. Fisioterapeuta pela PUC-Campinas, Massola é pós-graduado em gestão de qualidade de vida no trabalho/empresa, bem-estar e ergonomia pela Unicamp e mestre em qualidade de vida, saúde coletiva e atividade física pela mesma universidade. Também é especialista em fatores humanos pela Universidade da Califórnia, Berkeley (EUA) e professor convidado da Unicamp e de outras intuições de ensino. 

Ricardo é CEO da PhD, empresa internacional de gestão em ergonomia que fornece serviços de saúde corporativa. Além de atuar como consultor e palestrante nas áreas de saúde e qualidade de vida.

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