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Existe cirurgia para enxaqueca hormonal?

Por Paolo Rubez
27 jan 2023, 10h00
Mulher com dor de cabeça
 (jcomp/Pexels)
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É possível tratar a enxaqueca hormonal com cirurgia. O Ministério da Saúde estima que de 5% a 25% das mulheres sofrem com o problema, enquanto de 2% a 10% dos homens sofrem de enxaqueca. Um fator potencial que pode desempenhar um papel importante para as dores de cabeça debilitantes em mulheres é o estrogênio.

Alterações no estrogênio têm uma associação complicada com enxaquecas, com a prevalência de dores principalmente em três fases da vida de uma mulher: puberdade, menstruação e gravidez. Em um nível fisiopatológico, o declínio do estrogênio antes da menstruação tem sido associado à sinalização pró-inflamatória e vias de modulação da dor. Uma forma de resolver o problema é por meio da cirurgia da enxaqueca.

Um estudo recente de Harvard, publicado em outubro, no Plastic and Reconstructive Surgery, concluiu que mulheres com cefaleias associadas ao estrogênio têm resultados cirúrgicos comparáveis aos de mulheres sem essa associação.

A cirurgia de descompressão do nervo deve ser oferecida a mulheres com dores de cabeça associadas ao estrogênio como uma opção de tratamento. O procedimento tem comprovação científica por vários estudos para a diminuição da intensidade, frequência e duração da enxaqueca, além de diminuir o número de medicamentos.

A cirurgia é pouco invasiva e tem o objetivo de descomprimir e liberar os ramos dos nervos trigêmeo e occipital envolvidos nos pontos de dor.

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Os ramos periféricos destes nervos, responsáveis pela sensibilidade da face, pescoço e couro cabeludo, podem sofrer compressões das estruturas ao seu redor, como músculos, vasos, ossos e fáscias. Isto gera a liberação de substâncias (neurotoxinas) que desencadeiam uma cascata de eventos responsável pela inflamação dos nervos e membranas ao redor do cérebro, que irão causar os sintomas de dor intensa, náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som.

Respondido por:

Dr. Paolo Rubez, cirurgião plástico formado pela UNIFESP, é membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da Sociedade de Cirurgia de Enxaqueca dos EUA. É mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP.

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