A dengue é uma doença causada por um vírus chamado arbovírus que é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. É uma condição que apresenta sintomas como dor muscular, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e, eventualmente, fenômenos hemorrágicos.
Como qualquer vírus, o vírus da dengue também pode ter um tropismo pelo fígado. Então, as enzimas hepáticas podem sofrer uma elevação importante, o que indica uma lesão nas células do fígado. Os arbovírus acometem bastante o fígado em algumas pessoas, mas isso varia muito, existem casos que não têm essa alteração.
Embora muito raramente, a dengue também pode afetar o cérebro, desencadeando uma encefalite, e o coração, provocando uma miocardite. Na dengue, o que mais vemos é um acometimento da medula, responsável pela produção de plaquetas e células de defesa, que acabam ficando diminuídas.
Vale lembrar que não existem remédios para matar o vírus da dengue, sendo que o tratamento se baseia no controle dos sintomas, utilizando medicamentos para melhorar febre, náusea, dor de cabeça e outros desconfortos.
Não é comum ver sequelas da dengue. É um quadro viral no qual os sintomas melhoram sozinhos depois de um período de tempo. A recuperação completa depende do organismo de cada paciente, mas, em média, demora de 7 a 10 dias.
Assim que o vírus para de se replicar no sangue, a gente começa a perceber uma melhora tanto dos sintomas quanto dos resultados dos exames. A medula começa a responder adequadamente e as plaquetas e os leucócitos começam a aumentar.
Dra. Dania Abdel Rahman, infectologista e coordenadora do setor de Infectologia Clínica e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Albert Sabin de SP.