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Como evitar problemas na coluna em crianças?

Por Dr. Carlos Barsotti
1 dez 2023, 09h00
 (freepik/Freepik)
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Quantas crianças você presencia brincarem por horas na rua, igual acontecia na época de nossos pais ou avós? Muito mais interessadas nos recursos tecnológicos, os novos hábitos e costumes dos pequenos nesta nova era digital é um fator fortemente preocupante frente ao aumento de casos de dores na coluna – os quais, caso não sejam cuidadosamente observados e tratados em tempo hábil, podem levar a alterações posturais graves e outras patologias degenerativas nos jovens.

Menos esportivas e ativas funcionalmente, grande parte das crianças hoje em dia costuma passar horas em frente aos aparelhos eletrônicos, se divertindo e brincando em aplicativos, computadores, tablets e televisões.

Em dados divulgados pela pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, como exemplo, foi identificado que, aquelas com até três anos costumam passar cerca de duas horas e 56 minutos diários usando um aparelho celular.

Dos quatro aos seis anos, esse tempo é ainda maior, chegando a 3 horas e 17 minutos por dia. Quanto maior a idade, maior o tempo frente às telas.

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Por mais que estes dispositivos sejam interessantes para descontração, o excesso de horas deste uso pelos pequenos pode ocasionar diversos problemas posturais ao longo de seu crescimento.

Conforme o estiramento do comprimento da coluna for ocorrendo, o sedentarismo e a má postura dos jovens costumam levar ao desenvolvimento de desproporções entre a musculatura e este comprimento, causando alterações posturais como cifose, hiperlordoses, hérnia de disco, e outros desconfortos provenientes de desvios na coluna.

Qualquer dor na coluna nos pequenos exige uma investigação clínica imediata, a fim de identificar qual a patologia de base que está acometendo a criança naquele momento para que, com isso, consiga ser direcionada ao tratamento adequado.

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Caso contrário, as chances de desenvolverem tumores na coluna, casos de fratura por estresse devido ao desgaste excessivo, ou a necessidade de passarem por procedimentos cirúrgicos serão potencializadas.

À princípio, é fundamental que os pais busquem manter seus filhos os mais ativos possíveis durante essa fase de crescimento, especialmente em exercícios mais funcionais como a natação ou esportes em grupo, para que mantenham a demanda energética e do corpo como um todo.

Mas, no aparecimento de qualquer sintoma referente à dor ou desvios na coluna, é preciso direcioná-los a consultas com profissionais da saúde especialistas, para que consigam verificar o problema em questão e qual a melhor forma de tratá-lo.

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Algumas das opções que costumam ser mais recomendadas em diagnósticos cedos costumam envolver a fisioterapia; fortalecimento do core; pilates, para melhorar a postura, e RPG (muito usado em casos de cifose).

Em desvios mais graves e avançados, o ideal é que as crianças venham a utilizar coletes ortopédicos para evitar que a curvatura progrida para um ponto em que a cirurgia seja necessária.

Existem diversos modelos de colete adaptáveis ao tamanho e necessidades do problema em questão, muitos deles altamente desenvolvidos como os 3D e S4D, os quais representam inovações significativas no tratamento da escoliose idiopática.

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Quando utilizados corretamente e, no tempo médio de 17 horas por dia, são capazes de evitar cerca de 75% dos casos cirúrgicos.

É preciso dedicar o máximo de atenção possível a qualquer sinal de desconforto ou curvatura nas crianças, pois essa é a faixa etária onde costuma-se aparecer e agravar os desvios idiopáticos que podem se agravar rapidamente.

Mesmo caso diagnosticados, existem muitos métodos eficazes para controle e tratamento, que trarão qualidade de vida aos pequenos em prol de um crescimento saudável.

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Respondido por:

Dr. Carlos Eduardo Barsotti é cirurgião ortopedista formado pela Faculdade de Medicina da USP, Mestre em Ciências da Saúde e Pós-graduado pela Harvard Medical School.

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