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A menopausa causa obesidade?

Por Jacqueline Rizzoli
14 out 2022, 10h00
mulher se pesando na balança
 (andres ayrton/Pexels)
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A menopausa é o período em que ocorrem importantes mudanças na composição corporal das mulheres, em decorrência da redução da produção de estrogênio, um dos hormônios femininos produzido pelos ovários. O estrogênio tem um papel fundamental para modular o balanço de energia e o metabolismo e quando  os níveis diminuem na menopausa, pode dificultar o emagrecimento e provocar aumento de peso, já que está comprovado que os baixos níveis de estrogênio têm como consequência uma diminuição da queima calórica, entre outras alterações.

Essas mudanças também fazem com que a mulher ganhe peso de forma diferente. Ocorre aumento da gordura na região abdominal e visceral (nos órgãos internos) e redução da gordura periférica, ocasionando uma mudança do formato do corpo de cintura fina e quadril mais largo, passando a ficar menos curvilíneo, mais parecido com o formato masculino de distribuição da gordura corporal. Essa gordura depositada no abdômen e nos órgãos internos é mais inflamatória, e causa mais problemas à saúde, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer.

Com o aumento da expectativa de vida da nossa população, as mulheres passam cerca de 1/3 de suas vidas após a menopausa, e, portanto, é muito importante ter hábitos saudáveis para que este período não traga maiores prejuízos para a saúde. É esperado um aumento em torno de 5-8kg no período de climatério e início de menopausa, mas esse ganho de peso pode ser evitado ou amenizado com uma boa atividade física (ao menos 150 minutos por semana), se possível incluindo exercícios que reforcem a musculatura e não permitam a redução de massa magra, tais como musculação, ginástica funcional, pilates, exercícios com pesos e halteres. Mantendo a massa muscular, conseguimos melhorar o gasto calórico e prevenir o aumento excessivo de peso, além de todos os benefícios para a saúde física e mental. A alimentação saudável e balanceada também é fundamental neste processo, evitar os excessos de industrializados, bebidas açucaradas, bebidas alcoólicas e investir em uma dieta rica em fibras (frutas, legumes, cereais integrais, grãos) e proteínas de boa qualidade. Em algumas mulheres pode ser indicado também a reposição hormonal, que deverá ser feita após avaliação com exames e sob supervisão médica.

Respondido por:

Dra. Jacqueline Rizzoli, médica endocrinologista e diretora da ABESO.

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