A exposição solar sem a devida proteção é um fator que pode impactar negativamente a duração do botox, um dos procedimentos mais procurados nos consultórios médicos. Mas, afinal, será que ela também interfere nos resultados do preenchimento com ácido hialurônico? Segundo a Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a resposta para essa pergunta não é tão simples.
“Uma das recomendações após o preenchimento com ácido hialurônico é evitar exposição solar excessiva e proteger a pele. Pedimos isso para não aumentar o processo inflamatório causado por injetáveis. Agora, se o sol é capaz de degradar os preenchimentos com o ácido hialurônico, ainda temos poucos dados científicos a respeito do tema”, diz.
A médica explica que os preenchimentos com ácido hialurônico são indicados para o tratamento de rugas, afinamento dos lábios, linhas finas ao redor da boca e perda de voluma sob os olhos, por exemplo.
A duração dos seus efeitos depende das características do paciente e do local onde a injeção foi feita, no entanto, costuma ser entre 6 e 12 meses.
“Embora o ácido hialurônico injetável atue como o ácido hialurônico produzido naturalmente pelo próprio corpo, existem pequenas diferenças entre os dois. Os preenchimentos dérmicos usam ácido hialurônico quimicamente modificado para durar mais tempo no corpo. Diferentes tipos de preenchimentos de ácido hialurônico têm outras características e geralmente diferem no tamanho das partículas dependendo do uso pretendido”, conta a Dra. Paola.
“Quando expomos a pele à luz solar direta, os raios UV podem penetrar na derme e, com exposição suficiente, quebrar os estoques de ácido hialurônico natural”, completa.
Exposição solar afeta preenchimento com ácido hialurônico?
Falta consenso em relação aos impactos do sol no preenchimento com ácido hialurônico.
“Obviamente, sabemos que a exposição aos raios UV geralmente degrada o colágeno, a elastina e o ácido hialurônico, mas quanta exposição seria necessária para degradar o preenchimento? Ou quantas horas de exposição solar intensa são necessárias para realmente fazer a diferença? Não há uma duração específica de exposição ao sol que desencadeie universalmente a degradação do ácido hialurônico. Isso varia de pessoa para pessoa. Mas, de qualquer forma, é uma recomendação proteger a pele, com aplicação e reaplicação do fotoprotetor, e evitar se expor por horas a fio”, destaca a especialista.
Um dos cuidados necessários durante as primeiras semanas após o procedimento é ficar longe da exposição solar. A Dra. Paola comenta que essa medida é importante não por causa do preenchimento em si, mas sim da injeção e da resposta do corpo.
Segundo ela, algumas injeções faciais podem causar hematomas e inchaço, que podem produzir inflamação se expostos ao sol muito cedo. Além disso, tomar sol durante o período de cicatrização de duas semanas aumenta o risco de hiperpigmentação residual no ponto da injeção.
“Algumas injeções faciais podem causar hematomas e inchaço, que podem produzir inflamação se expostos ao sol muito cedo. Além disso, a exposição prolongada ao sol após a injeção (geralmente dentro do período de cicatrização de duas semanas, favorece “, revela.
“Em outras palavras, a exposição solar afeta negativamente a cicatrização e aumenta o risco de complicações. É melhor evitar”, alerta.
Por fim, a médica reforça que a exposição aos raios UV sem a proteção adequada é prejudicial à pele, independentemente de estar relacionada ou não à degradação do preenchimento.
“Não é só isso que está em jogo. Podemos perder colágeno, o que ajuda a desestruturar o corpo, por conta da exposição solar excessiva. Além de hiperpigmentar (manchar) a pele. Principalmente se você investiu em procedimentos no rosto ou no corpo, use protetor solar, certifique-se de que seja de amplo espectro, evite o sol e reaplique o produto”, conclui.
