Anvisa proíbe uso e venda de produtos à base de fenol
A medida é temporária e foi tomada com o objetivo de zelar pela saúde e integridade física da população brasileira
Nesta terça-feira (25), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou, no Diário Oficial da União, uma resolução que proíbe a venda de produtos à base de fenol e seu uso em procedimentos de saúde ou estéticos.
A medida é temporária e foi tomada com o objetivo de zelar pela saúde e integridade física da população brasileira.
“Até a presente data, não foram apresentados à Agência estudos que comprovem a eficácia e segurança do produto fenol para uso em tais procedimentos”, diz a resolução nº 2.384/2024.
Vale lembrar que, no início deste mês, em São Paulo, um jovem de 27 anos morreu após realizar um peeling com essa substância no rosto.
O que é o peeling de fenol?
De acordo com o Dr. Lucas Miranda, dermatologista e fundador da Clínica Lucas Miranda, o peeling de fenol é um procedimento considerado invasivo e agressivo, que pode ser indicado para o tratamento de rugas, danos causados pelo sol e cicatrizes de acne profundas.
“O fenol é um composto orgânico conhecido como ácido carbólico. Ele é obtido principalmente por meio da destilação do alcatrão de hulha, mas também pode ser sintetizado a partir do benzeno”, explica o médico.
Essa substância é capaz de agir profundamente na pele, proporcionando resultados notáveis, porém, isso resulta em um maior risco de complicações e na necessidade de uma recuperação mais prolongada.
“É crucial que o procedimento seja realizado por médicos experientes e em um ambiente controlado para minimizar esses riscos e monitorar qualquer complicação que possa surgir durante ou após o tratamento”, fala.
O peeling de fenol é contraindicado para pessoas negras, com histórico de doenças cardíacas, hepáticas ou renais, gestantes e lactantes.
Quais os riscos do peeling de fenol?
O dermatologista revela que a aplicação inadequada do peeling de fenol pode provocar complicações como cicatrizes, queloides, alterações pigmentares, arritmias cardíacas e problemas nos rins e no fígado.
“O fenol aplicado de maneira incorreta pode ser absorvido sistemicamente durante o procedimento, o que pode levar a efeitos tóxicos no coração. Uma das complicações mais graves é a arritmia cardíaca, que ocorre devido à ação direta do fenol no miocárdio e ao desequilíbrio eletrolítico causado pela toxicidade da substância”, detalha.